Essa palavra vem do latim tolerare, que significa “suportar” ou “aceitar”. A tolerância é o ato de agir com flexibilidade e transigência perante algo que não se quer ou que não se pode impedir.
Ser tolerante é respeitar as diferenças, sejam elas sociais, raciais, políticas ou religiosas. É ainda considerar a liberdade do outro.
Conviver de forma respeitosa e pacífica com divergências de credos é praticar o interesse mútuo; por mais que haja diferentes credos, há superação em nome da tolerância.
Quando se desrespeita, discrimina e agride o outro por causa de sua orientação sexual, estamos diante da intolerância.
Ter “tolerância social” é aceitar opiniões ou comportamentos diferentes daqueles estabelecidos pelo seu meio no qual se vive.
A Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) instituiu 16 de novembro como o Dia Internacional para a Tolerância, quando se combate a intolerância à diversidade seja de natureza social, racial, política ou religiosa.
Comparado ao resto do mundo, o Brasil lidera as estatísticas de mortes da comunidade LGBT. (https://www.comunicaquemuda.com.br/dossie/intolerancia-no-brasil/acesso em 08/02/2023). De janeiro a junho de 2022, o Brasil já registrou 135 mortes de pessoas LGBTI (https://www.poder360.com.br/brasil/brasil-teve-135-mortes-de-pessoas-lgbti-em-2022-diz-pesquisa/, acesso em 08/02/2023).
Existe maior quantidade de negros vítimas de homicídio por arma de fogo no Brasil, em virtude do racismo estrutural (https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/11/19/taxa-de-homicidio-de-homens-negros-no-brasil-e-quase-4-vezes-maior-do-que-a-de-nao-negros-aponta-estudo.ghtml, acesso em 08/02/2023).
Foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas o Dia Mundial da Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, 15 de junho. Muitos idosos são vítimas de violência patrimonial, pois são coagidos a entregar seus cartões, suas aposentadorias para algum parente, e até podem estar vivendo uma espécie de cárcere, não podendo sair de casa, conviver com outros idosos e gozar de uma vida normal.
No 21 de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A Constituição Brasileira traz no Artigo 5, Inciso VI, que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurados o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
O ser humano intolerante é desprovido de inteligência.
A tolerância também consiste na capacidade do indivíduo em suportar determinados comportamentos que não o prejudicam e tampouco trazem quaisquer consequências ao direito de outrem.
O homem que resiste à intolerância, seja ela de que natureza for, consegue armazenar força vital.
A estabilidade e a coerência dependem de cada momento existencial vivido.
Podemos conviver com pessoas injustas, mas ninguém pode ser mais injusto conosco do que nós mesmos.
E fora de nós, onde deveríamos agir com tolerância, acabamos por nos tornar combativos, machucando a quem não merece.
Vivendo em uma sociedade superficial, que não calibra nosso foco, erramos o alvo frequentemente.
Como dizia meu sábio pai: “Desarme o Espírito”!
Heloisa Helena Valladares Ribeiro
Advogada