ARTICULISTAS

Resiste quem pode à força dos nossos pagodes

Hiago Nandes
Publicado em 28/03/2025 às 15:16
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O título é um trecho da canção Coisa de Pele, composta por Acyr Marques e pelo grande sambista Jorge Aragão, que também a interpreta. A faixa dá nome ao segundo álbum do cantor e foi gravada pela primeira vez em 1986. A letra homenageia a ascensão do movimento de arte popular do samba e do pagode no país. A composição representa bem o sentimento da comunidade negra uberabense na atualidade, diante do fortalecimento desses gêneros musicais em festas populares, bares tradicionais e até mesmo no impulsionamento de novos empreendimentos que surgiram nos últimos tempos. Afinal, as letras e melodias do pagode e do samba são símbolos das lutas diárias e da ancestralidade do nosso povo negro.

Quem diria que, um dia, entre as sete colinas — onde o sertanejo e seus correlatos sempre predominaram — haveria espaço para ir além do samba anual promovido por um clube de esporte e lazer? Gente, nos últimos anos, até na Expozebu dá pra sambar! Há demanda, e, semanalmente, nosso samba e pagode, entre tantas ruas e bares, marcam presença em locais como a primeira casa da cidade assumidamente voltada para esses ritmos, localizada na Avenida Nossa Senhora do Desterro, e um charmoso terreno no Jardim Itália, que tem movimentado a região sazonalmente. Verdadeiros quilombos de acolhimento e resgate cultural.

O samba de Uberaba tem o seu swing e é a nossa casa. É para celebrar e estar entre amigos. Nosso samba é tão democrático que não é incomum contar com a participação do sertanejo, do funk e do eletrônico, que abrem ou fecham os encontros e demonstram a força da união popular.

Toda essa alegria e o sentimento de pertencimento das rodas de samba e pagode em Uberaba vêm das comemorações nos quintais — como um muito famoso no bairro Abadia — e do empenho dos cantores solos e grupos que, mesmo diante do crescimento do cenário, ainda travam batalhas por valorização e reconhecimento nessa longa jornada para viver da própria arte. Eles merecem o respeito e o carinho caloroso da nossa comunidade, assim como receberam os artistas Nego Damoé e Andréia Caffé, ambos do Rio de Janeiro, que lotaram seus respectivos shows e abalaram as estruturas de Uberaba.

Como bom pagodeiro que sou, fico na torcida para que nossos músicos — os intérpretes e instrumentistas, assim como os produtores de eventos, garçons e seguranças — possam ser cada vez mais reconhecidos e prestigiados em nossa terra, que respira cultura e é um Geoparque com as portas abertas para o mundo.

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