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O mundo esteve sempre em guerras! Guerras de defesa, guerras de expansão territorial

Ilcéa Borba Marquez
ilcea@terra.com.br
Publicado em 17/01/2018 às 18:38Atualizado em 16/12/2022 às 01:47
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O mundo esteve sempre em guerras! Guerras de defesa, guerras de expansão territorial, guerras ideológicas e guerras de domínio; enfim, guerrear esteve sempre presente na vida humana como fator motivacional de suma importância capaz de arrastar comunidades inteiras para o conflito e, muitas vezes, para a morte ou a destruição completa. Acredito que ninguém subestime o poder desse impulso fundamental. Algumas guerras foram travadas em campos de batalha com armas pesadas, barulho e destruição maciça; outras, no entanto, chamadas de “guerras frias”, não aconteceram no barulho de tiros com fuzil ou canhões ou, ainda, de mísseis de longo alcance, mas, mesmo assim, tão destruidoras quanto. O final da II Guerra Mundial foi seguido por uma época de, aparentemente, busca pela paz e o diálogo, mas, na verdade, as mortes e as perseguições continuaram sob novos perfis.

A partir dos anos sessenta, com o estabelecimento de duas grandes potências – a norte-americana e a russa –, o cenário mundial evidenciou o fortalecimento de serviços de espionagem, organizado não apenas nas forças armadas, mas também em instituições como a CIA, o FBI, o KGB, a STASI, vinculadas ao Ministério da Segurança de Estado. Tanto nos Estados Unidos da América como na União dos Estados Soviéticos a espionagem e os espiões proliferam de forma alarmantemente. Vários homens e mulheres representativos socialmente e até mesmo famílias inteiras eram invadidos e espiados de dentro dos limites da casa num trabalho minucioso de coleta e registro das atividades e crenças na intimidade do que era até então um espaço de confiança e revelação dos mais secretos pensamentos e ideologias. Follett, Ken – Eternidade por um fio – descreve um casamento de fachada entre uma jovem judia/alemã e um espião, disfarçado em pretendente e depois marido, durante dois anos, até ser descoberto por um descuido de outro inexperiente espião, que revelou todo o plano tão bem armado e executado até então exitosamente. Na América, o Jonh Edgar Hoover também perseguia e mantinha dossiês de todos aqueles que lhe despertavam desconfiança ou rancor. Os serviços de espionagem se sobrepunham a ponto de um estragar os planos do outro ou de acumularem informações repetitivas.

Estas cenas não se restringiam às duas grandes potências capazes de, com um simples telefonema ou pressão em um botão qualquer, destruir uma parte do mundo ou a própria humanidade. Cada país criou sua organização secreta bem como sua própria sede de torturas para descobrir ou comprovar esquemas verdadeiramente paranoicos de redes de pensamentos divergentes. Hoje, aqui no Brasil, está em curso uma guerra entre os outrora irmãos que se diferenciaram. Esta diferença está proibida por ser fruto do trabalho, da disciplina e levar ao sucesso! Somos uma sociedade sob o domínio da inveja.

(*) Psicóloga e psicanalista

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