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A busca pela paz interior (continuação)

Agora chegamos aos conflitos intrapessoais! Como resolvê-los? Como evitá-los?

Ilcéa Borba Marquez
ilcea@terra.com.br
Publicado em 28/07/2010 às 21:02Atualizado em 20/12/2022 às 05:12
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Agora chegamos aos conflitos intrapessoais! Como resolvê-los? Como evitá-los? Tomando como base a palavra conflito, acredito que chegamos a uma impossibilidade, já que o homem, pela teorização psicanalítica, se constitui no e pelo conflito! Isto quer dizer que a natureza tripartida da personalidade estruturada a partir de três instancias psíquicas: o Eu, o Isso e o Supereu; sendo o Isso a parte mais primitiva e amoral do sujeito, cuja característica primordial é o deslocamento livre dos afetos e a descarga imediata das pulsões; o Eu, que sintetiza as outras duas instâncias de acordo com a realidade com a qual contacta, e o Supereu, depositário dos ideais e valores advindos da internalização das imagens parentais, responsável pelos ideais de si, bem como pelas metas e projetos do viver se encontram na base de toda ação humana, se efetivam pelo choque negociável ou não das três instâncias. Assim, qualquer comportamento ou conduta humana é o resultado claro ou disfarçado da síntese do mais primitivo com o mais cultural, passando pelo crivo da realidade.

Uma escola do pensamento psicanalítico – A psicologia do eu – mais desenvolvida entre os psicanalistas norte-americanos, conceitua uma zona egoica livre de conflitos, as demais correntes de pensamento veem no conflito entre as três instancias psíquicas não uma patologia que dependerá do grau de comprometimento de cada uma delas ou da violência do choque entre elas. Em outras palavras, é possível a existência de uma maior ou menor harmonia entre as estruturas que compõem o aparelho psíquico que se manifestará em condutas também harmoniosas por sua vez, revelando uma coerência significativa em toda e qualquer atitude pessoal tanto agora como antes e depois.

De volta ao início deste artigo publicado na semana passada reconhecemos também no espaço intrapessoal a possibilidade de paz interior, assim como também a experiência de uma verdadeira guerra interna. Alguns exemplos podem ser relembrados neste moment a mãe que espancou até a morte sua filhinha de três anos. A tentativa de explicação de ação tão chocante nos levaria a defini-la como resultante da externalização projetiva (sobre sua filha) de um perseguidor interno implacável que a partir de então pode ser concretamente visto e destruído, o que antes era impossível por pertencer ao mundo interno das fantasias e abstrações imaginárias: não se pode destruir o que não se apresenta diretamente e ao alcance das nossas mãos.

(*) psicóloga e psicanalista

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