ARTICULISTAS

A cara do Brasil!

Se cada público tem o Frank Sinatra que merece

Ilcéa Borba Marquez
ilcea@terra.com.br
Publicado em 09/07/2014 às 13:28Atualizado em 19/12/2022 às 06:58
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Se cada público tem o Frank Sinatra que merece, a preferência nacional pelo futebol também nos fala do Brasil e dos brasileiros! Nestes tempos de Copa Mundial é impossível ficar cego e surdo para o que acontece nos gramados, e a cena da “entrada violenta” feita pelo lateral colombiano Zúñiga nas costas do atacante brasileiro Neymar Jr. é, no mínimo, revoltante. Como essa cena foi repetida inúmeras vezes e em vários ângulos, deu para observar os detalhes: nosso atacante se preparava para receber a bola no peito, por isso mantinha os joelhos levemente flexionados e o tórax projetado para frente. Seu grau de concentração no movimento a ser executado era forte, por isso não se deu conta da chegada do lateral colombiano, por detrás, e com violência! O que mais me impressionou foi a postura do Zúñiga – como se estivesse subindo uma escada ou saltando um obstáculo, ao mesmo tempo em que se apoiava com a mão na cabeça do Neymar Jr., empurrando-a para o solo!

Para o jogador colombiano, “Era uma jogada normal. Estava defendendo minha camisa. Nunca é a intenção se fazer mal a outro jogador.” Tanto o juiz quanto a Fifa concordam com o lateral acima referido, ao avaliar a jogada como sendo comum, própria do futebol, e por isso mesmo sem necessidade de haver punição!

Ninguém precisa ser médico para temer qualquer lesão na coluna vertebral, que, dependendo do local atingido, pode causar paraplegia! O Brasil inteiro preocupou-se com nosso craque e buscou repetidamente notícias emitidas pela equipe médica, esclarecendo após os exames a gravidade da situação e as consequências para o atleta. Felizmente, o uso de um colete de imobilização foi indicação suficiente para o tratamento. E se não fosse? E se a lesão tivesse tido consequências mais graves? Caberia, então, punição para o jogador e seu time? Quais as mudanças necessárias na estrutura do esporte e nas suas regras para prevenir situações como essa?

Há muito a tecnologia tem servido para melhor eficiência no acompanhamento e na determinação de punições sociais. Assim as ruas e rodovias estão repletas de radares, câmaras filmadoras que registram o dia a dia da população nos seus deslocamentos e atividades rotineiras. Os estádios já contam com filmagem e projeção dos lances futebolísticos em grandes telões instalados em locais que permitem visibilidade pontual. Por que não usar essa tecnologia para um esporte mais arte e menos guerra? Por que não conferir lances e, imediatamente após, definir legalidade ou ilegalidade das entradas? Só encontro uma resposta: o “tira-teima” eletrônico diminuiria as lacunas abertas para as compras de resultados, para a corrupção e as “porcentagens”.

(*) Psicóloga e psicanalista

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