QUE GUERRA? Desde a descoberta do porrete, ou seja, de que qualquer instrumento manual que aumenta a força de um golpe, criou-se a primeira arma e, depois, variando a forma e a matéria, foram imaginados e utilizados inúmeras armas, apresentando resultados surpreendentes seja em conquistas e defesas de bens, territórios, ideias e ideais. O significado simbólico de arma pode ser encontrado no Dicionário de Símbolos – Chevalier & Cheerbrant: “É o antimonstro que, por sua vez, se torna monstro. Forjada para lutar contra o inimigo pode ser desviada de sua finalidade e servir para dominar o amigo ou, simplesmente, o outro”. “A ambiguidade da arma está no fato de simbolizar a um só tempo o instrumento da justiça e o da opressão, a defesa e a conquista. Em qualquer hipótese, a arma materializa a vontade dirigida para um objetivo.”
A arma enquanto objeto ambíguo depende do sujeito que a porta para definição de sua bondade ou maldade. Ela não traz, em si mesmo, já inscrita a sua moral. Assim como também não se restringe a um só objeto e sim vários deles, do mais simples ao mais sofisticado, do mais comum ao mais incomum. O importante quanto às armas é o sujeito que a carrega, é a pessoa habilitada ou não de tê-la. Se ela pode ser criada, copiada, improvisada, potencializada ao seu máximo, tudo depende daquele que a possui. Só ele poderá dar bom ou mau uso do seu instrumento de morte!
O Carro pode também ser uma arma! E muitos o usam com este objetivo! Seja perseguindo sua própria destruição ou a destruição dos outros! A comprovação desta verdade levou à criação da Avaliação Psicológica aos candidatos à Habilitação Nacional para condução de veículos automotores, que completaria o Exame de Saúde Física já instituído. Só assim a sociedade poderá ser tranquilizada, uma vez que esta arma será entregue somente àqueles que não possuem déficits de atenção, incoordenação motora, bem como impulsividade patológica. Evidentemente, na população como um todo vamos encontrar indivíduos que se enquadram nos limites determinantes da deferição ou indeferição da Carteira de Motorista. Sabemos também que o estresse de alguma situação momentânea poderá mascarar a verdade psicológica do candidato, que então terá uma nova oportunidade antes da indeferição categórica. Os reexames são novas oportunidades e seu índice percentual é constantemente avaliado pelos profissionais da área e do sistema como um todo.
(*) Psicóloga e psicanalista ilceaborba@netsite.com.br
