Aqueles que utilizam regularmente a rodovia BR-050
Aqueles que utilizam regularmente a rodovia BR-050 no trecho que liga Uberaba a Uberlândia certamente observaram a invasão recente de uma propriedade produtiva pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Também assistiram, pelo noticiário televisivo, as cenas dos representantes da ordem ocupados em reverter outra tentativa de posse da terra. As duas são fatores denunciantes do início da campanha eleitoral de 2014.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, também conhecido pela sigla MST, de inspiração marxista e do cristianismo progressista (Teologia da Libertação) nasceu como um movimento social brasileiro em defesa da reforma agrária. Esta seria a solução para ações antigas, no tempo mesmo do Brasil Colônia, quando a Casa Real Portuguesa introduziu o Sistema de Capitanias Hereditárias doando sesmarias àqueles que tivessem condições econômicas de povoar as novas terras americanas criando ao mesmo tempo riqueza comercial para o desenvolvimento das Cortes. Esse sistema teria gerado concentração de riquezas e exclusão das maiorias, que se manteve, de alguma forma, até os dias atuais.
O MST se organizou a partir de 1980 contando desde então com ajuda generosa dos governos enquanto simpatizantes dos movimentos sindicais e das reformas sociais capazes de abranger um número expressivo de beneficiados, à custa da minoria produtiva. É bom lembrar que nosso sistema político se assenta na quantidade de votos, assim tudo que é populista tem verdadeira condição de influenciar os resultados das urnas. Este renascimento dos movimentos sociais reivindicatórios em coincidência com o início da luta eleitoral para 2014 traz à luz para o debate a aliança entre o Partido dos Trabalhadores e os elementos de sustentação de seu poder. Se este depende da liberação cada vez maior de recursos, alguém está pagando esta conta e dividindo o país. Desde quando o vício da mamadeira é capaz de criar riquezas? Quais as consequências destas relações pervertidas entre governantes/benevolentes e governados/dependentes?
Ocupação de terras e mobilização das massas é a face evidenciada e bonita da desordem e do desrespeito à legalidade. Estes se encontram por detrás e denunciam a violência e a perversão dos costumes que impregnam o momento cultural.
(*) Psicóloga e psicanalista ilceaborba@netsite.com.br