Sob este título sugestivo Por nossos adolescentes, sejamos adultos!
Sob este título sugestivo “Por nossos adolescentes, sejamos adultos!”: o psiquiatra Philippe Jeammet publicou um livro onde alerta os pais sobre o perigo de sempre dizer sim aos filhos adolescentes por medo de impor limites, por dificuldades de exercer o papel de educador, talvez a partir de uma ideia falsa, no entanto, muito difundida de que não se deve ocupar o lugar do adulto junto ao adolescente, ou da autoridade junto aos filhos; pelo perigo de perder o amor ou o respeito.
Quando abandonamos o jovem ainda despreparado para as funções exigidas pelo mundo adulto e pelas pressões de seus impulsos sexuais, ele se apega ao bando de iguais, ou a uma religião ou um líder carismático que preencha o espaço vazio do educador responsável ao seu lado. Na primeira situação, no bando igualitário, o adolescente procura uma segurança onde ela não está; no segundo caso – grupo ou seita religiosa –, seu envolvimento é sempre fanático e perigoso, porque não existe ainda a capacidade de crítica; no terceiro caso, tudo irá depender da pessoa deste líder. Seu comportamento revela a necessidade premente de um apoio, de uma liderança segura, de um porto protetor. A atitude rebelde junto aos pais nada mais é do que o resultado de outras forças conflitivas também presentes, onde reconhecemos o apego amoroso e a proibição incestuosa.
Torna-se facilmente verificável e compreensiva esta dinâmica de funcionamento do adolescente e seus pedidos indiretos e silenciosos de ajuda. Quando uma jovem desiste de comer sob a falsa alegação da busca por um corpo perfeito, na verdade está dizendo-nos que não consegue enfrentar seus desafios internos: é um s.o.s. que ela nos dirige que precisamos ser capazes de decifrar!
Quando um jovem se abandona às substâncias químicas de prazer – drogas lícitas ou não –, revela-nos uma desistência de viver, de dar conta da pressão interna dos seus conflitos essenciais: é também um pedido de ajuda! Precisamos ser capazes de compreender a mensagem e direcioná-lo ao tratamento adequado.
Ser pai, ser mãe, não é apenas acompanhar amorosamente o desenvolvimento dos filhos, numa atitude de observador privilegiado. Ser pai, ser mãe é ser também interventor! É preciso ter coragem para agir, assumindo riscos e consequências.
(*) Psicóloga e psicanalista