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Empresas também são assassinadas – 2ª parte

Ilcéa Borba Marquez
ilcea@terra.com.br
Publicado em 04/10/2022 às 19:05Atualizado em 16/12/2022 às 00:45
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Como primeira companhia aérea para fins civis e comerciais no Brasil, a Varig – Viação Aérea Rio Grandense – contou por muito tempo com o apoio financeiro do governo para fazer face às grandes despesas com pessoal altamente especializado, compra ou aluguel de aeronaves, manutenção e outros custos visando colocar em segurança pessoas em trânsito. Até então, mundialmente, estes aparelhos aéreos eram utilizados apenas pelas forças militares em situação de defesa do país.

Desde a era Vargas, todos os que seguiram à frente do governo mantiveram boas relações com a empresa, percebendo o significado de se ter aqui uma empresa aérea nacional de passageiros tanto para o Brasil como para os brasileiros no nível proposto e atingido de serviços de primeira linha. Seu diretor, Otto Ernst Mayer, trouxe consigo o exemplo dos serviços aéreos civis alemães de primeiríssimo nível.

O bom uso de aeronaves durante a I Guerra Mundial foi fator de reconhecimento do lugar e importância desse serviço para o país e sua população tanto para a guerra como para o transporte aéreo de civis. O fim da contenta colocou no mercado aparelhos novos e peças em profusão que garantiria sustentação econômica para expansão dos usos.

No entanto, a II Guerra Mundial e o posicionamento do governo de adesão aos países aliados e contra a Alemanha fez com que o diretor da Varig e fundador da Companhia sentisse necessidade de abandonar seu posto, colocando um homem de confiança – Rubem Berta – para a difícil tarefa gerencial da empresa nascente. Este, de acordo com os novos modelos gerenciais, criou uma Fundação Rubem Berta, passando o controle empresarial aos funcionários, a partir de então os verdadeiros proprietários da Varig. Todas as decisões seriam tomadas pelo conselho em votação.

Vale lembrar que o lema da Varig era “uma experiência inesquecível de conforto, segurança e mimos”. Os serviços oferecidos incluíam refeições assinadas por chefes renomados, bebidas selecionadas e kits de lembranças. Sem contar com os aparelhos comprados nos Estados Unidos e Inglaterra (Electra e DC-10).

O mercado brasileiro era atendido por mais duas companhias, a Real e a Panair. Mas, durante muito tempo, a Varig detinha a exclusividade dos voos internacionais mais rentáveis. Essa situação se manteve até a era Collor, com a pluralidade de planos, desvalorizações, trocas de moedas, inflação elevada. Entrementes, a Companhia adquiriu outras empresas, como a

Cruzeiro e a Panair, passando a atuar tanto nas linhas domésticas quanto internacionais.

Ilcea Borba Marquez

Psicóloga e psicanalista

E-mail: ilceaborba@gmail.com

 

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