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Entram em cena os gurus indianos!

A cultura oriental sempre atraiu os olhares de interesse dos ocidentais por se mostrar

Ilcéa Borba Marquez
ilcea@terra.com.br
Publicado em 06/11/2018 às 20:48Atualizado em 17/12/2022 às 15:12
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A cultura oriental sempre atraiu os olhares de interesse dos ocidentais por se mostrar como diferença delimitando os espaços próprios de cada uma, sendo assim de importância capital para a compreensão tanto de uma quanto de outra. As viagens para lá, turísticas ou não, deixavam marcas indeléveis, com ressonâncias íntimas valiosas no crescimento pessoal e interpessoal, facilmente observáveis.

Entre os anos de 1967 e 1968, depois de vivenciarem a morte do empresário Brian Epstein, os Beatles foram buscar refúgio junto a um guru indiano e lá criaram grande parte das músicas que compõem o álbum branco de enorme sucesso!

Nesta época, outro filósofo indiano também atraía seguidores do Ocidente, que viajavam até a Índia para ouvir, aprender e experimentar o novo enquanto oportunidade libertadora. Conhecido como Osho ou Bhagwan Shree Rajneesh (Senhor abençoado), defensor da liberdade sem limites, da felicidade como possibilidade através da meditação, dança livre e música. Ele também criticava todas as religiões ao mesmo tempo em que acabou por criar sua própria religião, com rituais e textos sagrados.

A impressionante expansão de adeptos levou-o a buscar a América do Norte (terra das oportunidades) como novo local para criação de um grandioso espaço de concentração de pessoas em busca de “algo mais” além dos limites culturais de restrição, como a família, a profissão e a crença capaz ao mesmo tempo de ressignificar suas existências experimentadas como vazias – um “a mais” de prazer orgástico e conhecimento.

A série documental Wild, Wild Country foca esse período de mudança, sobretudo os entraves encontrados. O grande terreno adquirido encontrava-se num município de 90 habitantes, em sua maioria rancheiros aposentados levando uma vida pacata, onde todos se conheciam e se relacionavam. A chegada de milhões de seguidores com suas batas vermelhas revolucionou tudo, transformando o solo árido em verdadeiro oásis. Eram vizinhos de cerca de Bill Bowerman – herói do atletismo norte-americano,  técnico olímpico e proprietário da grande empresa Nike. Ele dividia com seus concidadãos a forte rejeição àquele grupo barulhento que pregava e realizava sexo livre sem barreiras de gênero ou posição. Através de seus contatos na esfera política, Bill transformou sua rejeição num fato estadual e nacional, conseguindo até mesmo a interferência militar. Sheela – secretária de Bhagwan, na liderança vigorosa de todo o empreendimento, enfrentou as situações de forma destemida e reativa, mas desistiu de tudo quando soube do pedido de eutanásia feito por Ele ao seu médico particular. Foi o início do fim daquele empreendimento revolucionariamente grande. 

(*) Psicóloga e psicanalista

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