ARTICULISTAS

Flores, indústria e dança se fundem em Joinville

Ilcéa Borba Marquez
ilcea@terra.com.br
Publicado em 30/07/2019 às 22:07Atualizado em 17/12/2022 às 22:56
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Cidade das Flores, parque industrial florescente, local da dança em floridos festivais, e aprendizagem. Assim é Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, polo atrativo populacional pela sua capacidade de oferecer trabalho nas inúmeras indústrias iniciadas há tanto tempo e ativas até agora, pela qualidade de seus produtos. Este resultado tão diversificado só podia advir de uma história singular, vestígio do nosso passado imperial tão desconhecido entre nós. 

D. Maria Francisca, princesa do Brasil, filha de D. Pedro I e D. Maria Leopoldina, recebeu como dote de casamento, em 1843, $700 contos e 25 léguas quadradas em Santa Catarina. Seu esposo, Francisco, nobre francês, príncipe de Joinville, filho de Luiz Felipe I da França e de D. Maria Amélia das Duas Sicílias, falidos e exilados na Inglaterra após a revolução, negociaram 8 léguas quadradas do total do dote, que deu início à Colônia Maria Francisca, depois Joinville, em homenagem ao príncipe consorte.

Os habitantes da cidade mostram-se ressentidos pelo fato de os príncipes de Joinville nunca terem estado na cidade, apesar da construção de um palácio para servir para moradia, que hoje abriga um museu.

Ao entrar numa loja de bombons, encontrei à venda sapatilhas rosas de bombom de leite, deliciosas, constatando a importância da dança no espírito de Joinville, que também se destaca por ser cidade das flores, em uma economia ascendente sustentada pela indústria de peso e nome, bem como várias malharias. Assim é Joinville.

Desde que a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil abriu suas portas em seu entorno, uma massa de jovens talentosos se aglomera dando um novo visual marcadamente esperançoso e notadamente diferente. O ruído que produzem é inovador pela fala de futuro a partir do rigor de uma disciplina fervorosa atual, fator de fundamental importância para o sucesso sonhado. O valor do trabalho e da disciplina é consagrado e respeitado.

Na “calçada da fama”, nomes conhecidos pelo sucesso na arte do movimento e do ritmo, como a Escola de Dança Beth Dorça da nossa Uberaba, estão presentes lembrando o feito reconhecido em festival quando exibiu seus talentos em artísticos roteiros.

Não poderia deixar de falar sobre a imigração europeia diversificada acontecida, predominantemente alemã e italiana, e que aparece no visual das casas, nos restaurantes de comidas típicas, nas placas nominativas de lojas e lugares, e, claramente, nas feições da maioria dos habitantes. A todo momento você se surpreende pelo bom português falado que uma lei de Getúlio Vargas defendeu; caso contrário teríamos de aprender alemão e italiano para andar por todo o Brasil com a nítida sensação de uma pátria gigantesca irmanada pela língua dos colonizadores portugueses. 

(*) psicóloga e psicanalista

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