Desde o sucesso de crítica e vendas do conhecidíssimo livro de Dan Brown O Código Da Vinci
Desde o sucesso de crítica e vendas do conhecidíssimo livro de Dan Brown “O Código Da Vinci” – leitura obrigatória dos que amam livros baseados em fatos históricos sem, no entanto, deixar de romanceá-los criando um roteiro de suspense, intrigas, surpresas e busca frenética pelo desvendamento de enigmas propostos sequencialmente –, “Os Templários” (soldados de Cristo) e as Cruzadas entraram no gosto de muitos leitores criando uma demanda pelo tema e ensejando autores/editoras a produzirem inúmeras obras, a ponto de verdadeira saturação e questionamentos. Porém, a história oficial dos nossos descobridores, os portugueses, apresentam-nos a Nação Portuguesa e suas colônias como verdadeira “herança templária”.
Durante séculos, Lisboa esteve no foco da disputa entre mouros e cristãos até que D. Afonso Henriques a libertou para sempre do jugo mulçumano em 21 de outubro de 1147. Este evento aconteceu após um cerco de mais de cinco meses e contou com o auxílio imprescindível dos cruzados alemães, flamengos, ingleses e franceses, sob o comando do conde Arnolfo de Aerschol, que tinham chegado ao Tejo numa frota numerosa em viagem para a Síria.
O desconhecimento destes fatos acima impede a compreensão da presença de um cavalheiro templário no Castelo de São Jorge – Lisboa. Ao tomar o caminho à esquerda, imediatamente após a entrada principal, você se surpreende com um monumento muito bem conservado de D. Afonso Henriques em trajes de Cavalheiro Templário. Lembramo-nos que D. Afonso Henriques foi o primeiro monarca português, aquele que venceu os mulçumanos sagrando-se monarca, e depois da vitória distribuiu aos cruzados as riquezas das vencidas famílias mulçumanas da povoação como recompensa pelos feitos gloriosos e pelas perdas da vida de tantos outros. As ordens militares e, principalmente a dos templários, contribuíram poderosamente para derrubar o poder mulçumano na península ibérica dilatando e conservando os domínios do reino de Portugal.
Quando a Ordem dos Templários foi extinta, em toda a cristandade, por Clemente V e o Rei de França Filipe “O Belo”, em 1311, o então Rei de Portugal D. Diniz, demonstrando prudência e tato político, justificou as ações dos templários em Portugal liberando-os das acusações que lhes eram feitas, conseguindo, a seguir, instituir uma nova “Ordem de Cristo” à qual doou todos os bens dos templários, inclusive a mesma residência em Tomar. Assim, a nação portuguesa pôde usufruir dos conhecimentos adquiridos por aqueles bem como sua ajuda competente, nas viagens de conquistas e novas guerras durante os séculos XV e XVI. D. Gil Martins foi o primeiro mestre da Ordem de Cristo. Esclarecem-se assim símbolos templários nos navios portugueses que chegaram ao Brasil na descoberta destas terras como a cruz do templo bordada nas velas das naus.
(*) Psicóloga e psicanalista