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O que fazer com a classe média?

Em plena campanha eleitoral para 2014

Ilcéa Borba Marquez
ilcea@terra.com.br
Publicado em 12/06/2013 às 20:15Atualizado em 19/12/2022 às 12:31
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Em plena campanha eleitoral para 2014, um dos poucos campos políticos onde o PT demonstra conhecimento e força, durante o lançamento do livro “10 anos de Governos Pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”, a filosofa Marilena Chaui fez o seguinte pronunciamento sobre esta desconhecida Classe Média: “A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta e é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim”.

Antes da análise do conteúdo acima exposto, precisamos decodificar a forma escolhida para o mesmo, altamente reveladora da essência do pensamento destes pós-neoliberais.  Ponto final e fim são indicadores de uma fala fechada, autoritária, que não admite contestação e diálogo. Só faltou a ameaça stalinista de prisão e morte para os que a questionassem, mas era de se esperar já que as ditaduras proletárias primam pelo absolutismo ideológico em que proliferam verdades impostas a ferro e fogo, cuja fragilidade não sustenta discussão contestatória.

Quanto ao conteúdo, ficamos entre surpresos e inconcordáveis, não conseguindo incluir nestes dizeres a nova classe média ampliada ao infinito pelos programas sociais do governo e, oficialmente, analisada como vitória de uma prática política voltada para a inclusão social e consequente eliminação da pobreza, atuação até então inédita mundialmente.

Buscando esclarecimentos, vimos que o fascismo é nacionalista, imperialista, antiliberal e antidemocrático, próximo, portanto, dos movimentos de massa autoritários e ditatoriais, protagonizados pelos defensores das comunas. Visitando a história, encontramos provas irrefutáveis de violências cometidas pelos socialistas a todos aqueles que ousaram questionar suas leis normativas para a condução do país que se encontre sob sua liderança. Os que não compõem o pequeno grupo de líderes do partido transvestido no abstrato “estado” tornam-se escravos obrigados à mudez e obediência. Fora disso é prisão e morte sem julgamento aos de antemão sentenciados como “inimigos públicos”. Os movimentos sociais extremistas protagonizam a luta entre o bem e o mal, onde se colocam como bons e vítimas, visão social altamente palatável à massa ignorante.

Voltando nossos olhos para o Brasil pós-neoliberal, constatamos rebeliões violentas ao regime democrático em vigor, feitas pelos índios e sem-terra invasores, destruindo em sua passagem tudo que lhes aguce a inveja. Sem desejar produzir, esperam ganhar tudo que lhes aprouver sob a eterna ameaça agressiva do roubo e pilhagem.

Mesmo depois dessas reflexões, permanecemos no nível da incompreensão, sem solucionar o enigma conceitual desta nova classe média. Mas, neste caso, somos acompanhados pelos líderes petistas que também não assimilam e confundem com comentários paradoxais, mostrando ser dirigentes do absurdo.

(*) Psicóloga e psicanalista

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