De acordo com Aurélio Buarque a palavra paz tem sua origem no latim PACE e significa ausência de lutas
De acordo com Aurélio Buarque a palavra paz tem sua origem no latim PACE e significa ausência de lutas, violências ou perturbações sociais; tranquilidade pública; concórdia, harmonia: uma abordagem inicial social e ampla, já que se refere ao mundo. Ele também foca a paz no campo interpessoal, quando diz que paz significa ausência de conflitos entre pessoas; bom entendimento com os vizinhos, com os mais próximos e, finalmente, ele aborda o campo intrapessoal ao dizer que paz ainda significa ausência de conflitos íntimos; tranquilidade de alma, sossego.
Uma característica da paz é sustentar seu significado pela negativa – estar em paz significa não estar em guerra em todos os níveis, primeiro no social mais amplo, depois entre as pessoas mais próximas ou ainda consigo mesmo.
Na verdade não estamos num momento de guerra mundial nem tão pouco de conflito armado com nossos países vizinhos ou entre os estados da nação. Neste campo reina paz total e absoluta. Talvez muito mais pelo conhecimento real do poder destruidor de uma guerra entre nações armadas de foguetes e satélites ou ainda bombas atômicas ou de hidrogênio e de todas as outras que o espírito destruidor do homem criou, do que pelo respeito e maturidade na forma de lidar com os diferentes. É por saber da catástrofe de uma Terceira e definitiva Guerra Mundial, que os países fogem da postura guerreira em prol do diálogo e tratados sociais de comércio e ajuda mútua.
Já nos aspectos interpessoais e intrapessoais não podemos dizer a mesma coisa. Neste momento sofremos com os noticiários diários de violências cometidas tanto aqui na nossa Uberaba, quanto lá nas grandes metrópoles. Os atos de violência sexual ou destruidora cometidos contra crianças, mulheres ou velhos nos horrorizam e denunciam nossa completa impotência de ação. A impunidade morosa de uma “Justiça Falha”, que mesmo calcada por princípios éticos de igualdade de recursos, na realidade se transforma num teatro medíocre de encenações absurdas que resultam na nossa ignorância final da verdade, buscando o réu ora num ora noutro da ação litigiosa.
No entanto, podemos usar a experiência do pacto mundial de paz decorrente do conhecimento respeitoso do poder de fogo de todos para este aspecto dos conflitos interpessoais: enquanto houver esta desigualdade de força ofensiva haverá, consequentemente, cenas de violência e agressividade fatal entre as pessoas. (Continua.)
(*) psicóloga e psicanalista