Tostão, grande craque mineiro de futebol e participante de outras equipes nacionais, portanto, experiente tanto nas questões nacionais quanto internacionais do esporte futebolístico, concluiu sua coluna de domingo (FSP) com a seguinte pergunta: “Está certo o Brasil parar por causa de uma disputa esportiva, como se fosse uma luta pela soberania nacional?” O jornalista Joelmir Betting, ontem, ao se despedir dos telespectadores do jornal diário de notícias que participa lembrou a todos: “amanhã não é feriado nacional!” Apoiada, de certa forma nestes exemplos, posso expressar com tranquilidade minha opinião concordante com estes experientes jornalistas e desportistas do futebol: por que o Brasil parou nos dias de jogos deste campeonato mundial desde o primeiro dos prováveis sete?
Continuando com a contribuição do Tostão acrescentamos suas palavras: “A Copa do Mundo se tornou um grande negócio para a Fifa, para os patrocinadores e para investidores.” Será que é também um grande negócio para todos os brasileiros, como nosso atual governo tanto preconiza como definida e definitiva meta governamental – o bem-estar de todos os brasileiros? Acredito que muitos não se beneficiaram com estes feriados imprevistos e nem tão pouco gostariam de parar suas atividades para assistir aos famosos desportistas, que desta forma se tornam o centro da atenção nacional!
Em contrapartida, o noticiário desta semana passada, relata fatos de violência/sexual onde encontramos tanto as orgias quanto o extermínio de uma jovem mãe, que perde sua vida em situação de extrema agressividade e deslealdade: surrada por três homens até a morte, sendo um deles o próprio pai da criança, portanto, seu amante e companheiro de bacanais – o valorizado goleiro do Flamengo.
Será que estes famosos desportistas se sentem acima do bem e do mal, acima das leis sociais, acima do direito de vida das outras pessoas? Até quando iremos presenciar, participando indiretamente destes escândalos judiciais, numa omissão tão culposa quanto os atos cometidos? O que sustenta esta forma estranha de agir que tem se tornado comum entre os jogadores do esporte nacional? Não podemos aceitar a explicação praticada até agora: são pessoas imaturas, que vieram de favelas, sem oportunidade de desenvolvimento anterior sócio/cultural. Para quebrar esta lógica basta lembrar o exemplo de muitos outros favelados que cresceram no aspecto econômico/financeiro e também moral e eticamente. São eles os ídolos nacionais? São eles os modelos que valorizamos e desejamos ver perpetuar nas novas gerações?
(*) psicóloga e psicanalista