Basta de arruaças, passeatas, manifestações
Basta de arruaças, passeatas, manifestações, vandalismos, denúncias e esperas. O tempo agora exige ação! Todos nós já temos o conhecimento que vivemos uma época de medos, desconfianças e buscas desesperadas por proteção! A cada dia somos informados de novos atentados contra a população desamparada! As cercas elétricas, os porteiros eletrônicos, os portões automáticos já não são suficientes! O povo está à mercê dos bandidos que invadem, agridem, torturam e roubam levando não só os bens materiais, mas também nossa história e lembranças, e, mais ainda, nossa crença no outro e nossas perspectivas de um futuro com paz e tranquilidade! Também sabemos que não contamos com a preocupação dos governantes no que diz respeito à nossa segurança. Estes só se interessam pelos votos e as falsas promessas! Os exemplos são muitos e variados.
Recentemente, num bairro tranquilo e com boa vizinhança, uma senhora ao retornar à casa, acompanhada de seu motorista, foi rendida, agredida e torturada até entregar tudo de valor que guardava: dinheiro, joias, lembranças familiares, esperanças e confiança! No domingo à tarde, um bar no bairro Mercês para onde as famílias se dirigem fugindo do calor e, procurando lugar aprazível para um happy hour, teve sua tranquilidade interrompida pela invasão de um assaltante em busca das chaves de determinado carro estacionado em frente ao mesmo! Com sinais evidentes de estar sob o efeito de drogas, o rapaz entrou atirando para o alto e exigindo a chave do referido carro! Uma criança, assustada, começou a chorar e somente a ação pontual e sábia da mãe impediu tragédia maior. Roubo de bolsas, celulares, golpes de malandros são acontecimentos comuns para os que se aventuram ir ao centro da cidade ou simplesmente sair à rua! Isso é cidadania e civilidade?
Muito já se fez em nome do desenvolvimento e da civilizaçã guerras, escravidão, domínio de uns pelos melhores e mais sábios com condições quase ideais de defesa e ataque, estudos e aperfeiçoamentos para alcançar tecnologia de ponta e seus produtos introduzidos no dia a dia atual: aviões, carros, internet, medicamentos, vacinas; sabedoria compartilhada a ponto de assegurar direitos humanos, justiça igualitária, rodízio do poder; organização econômica baseada no respeito à propriedade e perspectivas de acesso aos que assim desejam; estrutura montada para a segurança pública a serviço de todos; saúde acessível pelos planos e SUS... Será que nada disso conta? Ou tudo isso não é civilização?
Por isso o convite inspirado no poeta Vandré – “Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos irmãos braços dados ou não...” precisamos escrever nossa história com nossas próprias mãos, estudando e pensando, criando condição de vida segura e saudável para que possamos desfrutar deste tempo limitado de viver em plena felicidade!
(*) Psicóloga e psicanalista