Todos nós almejamos vivenciar um processo de desenvolvimento socioeconômico que reúna
Todos nós almejamos vivenciar um processo de desenvolvimento socioeconômico que reúna, a um só tempo, oportunidades na obtenção de conhecimentos, garantia de trabalho estável, bem-estar físico e social e segurança para o envelhecimento pessoal saudável.
Algumas atividades podem contribuir em escalas diferentes para consecução destes objetivos, mas somente uma delas, no Brasil, está impulsionando, e deve assegurar por muitos anos seguidos à frente, a movimentação da riqueza, sobressaindo-se como a de maior importância, indutora que é das demais: a agricultura.
Praticada em sua maior extensão com tecnologias modernas, eficientes na produtividade e na autossustentabilidade, a agricultura, especialmente a de alimentos, é propulsora dos demais componentes que, entrelaçados, alavancam prosperidade: a indústria, o comércio e os serviços.
Para o Brasil, ocupando com culturas apenas 60 milhões de hectares dos 150 milhões aptos, a agricultura moderna tem propiciado desenvolvimento estupendo, lastreando, país adentro, o crescimento de cidades que primam por seus níveis de boa qualidade de vida. No abastecimento do mercado interno vem cumprindo sua função, suprindo com alimentos a população crescente. Na economia como um todo, destaca-se como setor que mais tem obtido resultados comerciais altamente positivos com as exportações, imprimindo superávits na nossa balança comercial. Com todo este desempenho, promove circulação da riqueza nas regiões brasileiras onde se instala e se consolida.
Estudos elaborados pelo Ministério da Agricultura dão conta de que as safras de grãos no país deverão crescer a 2,5 por cento ao ano pelos próximos dez anos, chegando a 2028 com acréscimo de 30 por cento sobre a produção atual, alcançando cerca de 300 milhões de toneladas de grãos. Observa-se, como da máxima importância, a confluência dos interesses quanto à destinação destas colheitas e os propósitos comerciais de vários países necessitados de alimentos para atendimento de suas populações gigantescamente numerosas, como é o caso da China e agora, também, da Índia.
Previsões de consumo de grãos e seus derivados e de produtos resultantes de seu consumo estão garantidos em grande parte, primeiramente pela China, como maior cliente, fidelizando-se com contratos de longo prazo, e a Índia, segunda maior população depois da China, iniciando suas compras, além de muitos outros países carentes de proteínas vegetal e animal. O Brasil lidera mundialmente exportações de soja, açúcar, suco de laranja, carnes de frango e de bovinos; é o segundo maior exportador de milho.
É, portanto, a agricultura tecnificada, geradora de alimentos e energia, que está sustentando as atividades produtivas no país e sinalizando como setor que vai garantir o crescimento econômico necessário e tão desejado, ensejando às regiões brasileiras aptas e já produtoras a ampliação de lavouras, principalmente sobre áreas atualmente ocupadas com pastagens degradadas.
Estes prognósticos alvissareiros, consequentemente, estão solidificando as características que fazem do Brasil um país agrícola e devem nortear iniciativas públicas e privadas na elaboração de planos que imponham o amplo desenvolvimento socioeconômico que necessitamos.
(*) Consultor para parcerias e arrendamentos rurais, ex-secretário de Agricultura de Uberaba