No último dia 17/11/2023, o Sistema Confea/CREA s/Mútua, passou por um processo eleitoral nunca antes visto, pois foi a primeira eleição on-line nesses anos todos, desde 1966.
O processo, no seu todo, foi bem conduzido e levou a uma melhora significativa na participação dos profissionais, longe, porém, do ideal. Eleição não obrigatória, teve pouco menos de 20% de votantes na participação regional e nacional.
A dificuldade sempre presente em eleições, é administrar interesses pessoais, com desinteresse coletivo. Sempre prevalece a vaidade e a ganância em sua maioria, infelizmente
O eleitor classista, de entidade profissional, ainda participa pouco e critica muito, várias vezes sem fundamento. O eleitor é padrão, tendo o mesmo comportamento das eleições políticas tradicionais, exceção à obrigatoriedade desta.
O processo eleitoral sempre se complica, com a divisão nos grupos que comandam estas entidades e, quando isto ocorre, se abrem brechas para candidaturas das mais variadas tendências, que vão de matizes políticas partidárias a novos atores, com promessas puramente eleitoreiras, que não se sustentam ao menor rigor legal.
O campo fica livre e as apostas difusas. Surgem os conhecidos “interesses” escusos, disfarçados de melhora para todos. Quais?
No caso em questão, nesta eleição dos Conselhos, que congregam engenheiros, agrônomos e geocientistas, não foi diferente.
Tivemos candidaturas de centro, esquerda, direita, nada e coisa nenhuma; e, ainda bem, no resultado final, prevaleceu o bom senso, com a eleição de candidatos que propuseram tão somente valorização profissional, inovação tecnológica e relações humanas, tão necessárias na primeira disputa pós-pandemia.
Aliviado pelo êxito destas candidaturas, percebo agora, que o momento é de conciliar e olhar para a frente.
Expurgar os que se excederam nas posturas éticas, dando-lhes o benefício do devido processo legal, mesmo que eles tenham desprezado regras básicas durante todo o processo.
Momento ímpar para entender as mensagens dos descontentes, participativos com propósito e avançar em processos de melhorias contínuas.
Hora de separar o joio do trigo e adubar o sal da terra.
O estado inteiro no caso do CREA-MG e da Mútua passou por isto, bem como o país no seu todo, no caso do Confea.
Uberaba não fugiu à regra, mas contando com o esforço da maioria dos seus profissionais, sejam eles da esfera privada ou pública, das IES, dos conselheiros, dos autônomos, dos empresários e empregados, unidos com as cidades da região da Inspetoria local, aqui desde sempre instalada, souberam entender o que estava em jogo, souberam superar dificuldades e contribuir de forma decisiva para a eleição dos que, de fato, queriam melhorias para as atividades do setor.
Eleição passada, momento de reflexão. Parabéns aos que participaram do pleito de fato, disputando ou votando, apesar dos pesares! A mensagem serve para muitos, aqui e acolá, de cá e de lá.
Salve Uberaba, Minas e o Brasil pelas escolhas feitas. Vamos trabalhar! A Engenharia mineira e brasileira, merece. Afinal, a Engenharia é questão de Soberania Nacional.
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com