ARTICULISTAS

A vaca não dá leite!

Karim Abud Mauad
Publicado em 27/04/2021 às 18:54Atualizado em 18/12/2022 às 13:23
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A cada dia que vamos vivendo em 2021, infelizmente as preocupações com vida, saúde, os meios para manutenção dos negócios e empregos, os necessários acolhimentos, enfim, a angústia com o futuro se avoluma.

A esperança e expectativa com uma melhora nas condições da população diminuem na proporção que a lentidão da vacinação, a lenta retomada das atividades econômicas, a (in)segurança alimentar e a abertura dos comércios vão cedendo espaço para preocupações com um futuro melhor cada vez mais distantes.

Hoje estamos machucados pela devastação causada pela Covid 19, pelas mortes em números alarmantes, pelas sequelas físicas e emocionais deixadas nos sobreviventes e, também, pelo medo gerado em quem não contraiu o vírus, vacinados ou não, que vivem o dilema de como esta situação calamitosa se apresenta. A angústia provocada pela pandemia é geral.

Na ponta, para dificultar este processo, temos as divergências entre os atores responsáveis já amplamente citadas em artigos anteriores, onde a falta de unidade para tratar os problemas causados pelo vírus, tão duramente percebidos pelas pessoas, ainda divide os brasileiros em grupos distintos, com posicionamentos difusos e que não contribuem na busca de soluções comuns e do interesse de todos. Vivemos o caos, o quase inferno de Dante, sem Purgatório e... Paraíso.

Na prática, a pandemia acelerou uma deterioração no processo econômico, a qual já vinha ocorrendo nesta última década. Estamos com indicadores sociais deprimentes, levando as classes C, D e E a sofrer mais que o aceitável e até mais que o suportável pelo ser humano. A situação não está boa para nenhum cidadão; esta depressão do tecido social merece atenção. Empregos em falta, empresas suportando prejuízos e incertezas, fechamento de portas, e o governo apenas agora, no final de abril, conseguindo acertar o Orçamento, para minimamente destravar a Economia Nacional, é o caldeirão perfeito para gerar erro, atrito e desespero. No momento em que as atividades estão paralisadas ou sendo retomadas devagar, temos escassez de produtos, inflação em alta, câmbio desfavorável internamente, e este processo apenas aprofundando desigualdades, que aparecem na formação educacional, na renda, no acesso ao ganha-pão. Atividades não abrangidas pelo home office são mais afetadas; a classe média, em sua quase totalidade (80%), sofre perdas, e assim conflitos começam a aparecer, o que apenas piora o quadro. Precisamos reagir urgentemente.

A quem cabe unir o país – primordial –, atuar para minimizar estes estragos, preparar o momento futuro, recriar o ambiente para a Esperança? As autoridades eleitas em todas as esferas, a sociedade civil organizada e a população no seu todo, cada um fazendo sua parte. O ambiente precisa ser assim pensado para que todos se sintam pertencentes e abrigados. Aguardo que lideranças aflorem e assumam o comando deste processo. Apenas torço, anseio, mas não creio. Vamos, cada um de nós, fazer nossa parte?

Ao ver temas do interesse de todos, temas que visam segurança e bem-estar, serem tratados como coisa menor, me assusto e até desanimo, confesso. Acredito que o exemplo precisa ser dado e as ações, efetivadas. Encerro, recordando a máxima da cultura empreendedora, qual seja, para mudar qualquer coisa. Eu preciso mudar meu próprio jeito de perceber as coisas e, como diz Mário Sérgio Cortella, o segredo da vida é entender que a vaca não dá leite, mas que precisamos tirar o leite. Aí as perspectivas mudam e fugiremos da mediocridade. Fica a reflexão! Vamos tirar o nosso leite?

Karim Abud Mauad - karim.mauad@gmail.com

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