As águas de março de fato fecharam o verão. O ocorrido em Uberaba, no dia 18/03/2017, reflete bem isso. Sou daqueles que acreditam que teria sido pior sem o Água Viva. Assunto para ser trabalhado com viés técnico, e não político. Seria leviano criticar para aumentar o grupo do quanto pior melhor. Essa é uma das razões dos nossos desmazelos enquanto cidadania.
Temos, também, um ruído muito forte na Saúde Pública da terra, principalmente envolvendo UPAs. O Movimento dos nossos representantes nos legislativos municipal, estadual e federal é intenso. Estranhamente, virou um jogo de prós e contras. É preocupante, pois o assunto envolve a população toda e todos deveriam remar para o mesmo lado. Tudo indica ser um problema de gestão, e não do sistema adotado. Assunto para ser acompanhado.
Na palpitante agenda nacional, ontem foi dia de manifestação. Povo na rua, pedindo mudanças. Vamos acompanhar o tamanho e a repercussão em todos os níveis.
Assim como devemos acompanhar na terra da ABCZ o desdobramento da crise da Carne Fraca. Aliás, um espetáculo dantesco. Sou leigo no tema, mas, quando vi as primeiras notícias, achei que era a Rede Globo lançando uma nova novela com o Tony Ramos e todo seu elenco de beldades, falando dos prazeres da carne, tema recorrente em seus folhetins.
Seria cômico se não fosse trágico. Um desserviço ao País. Vamos acompanhar, também, seu desdobramento, principalmente para o homem do campo. Aqui, uma inconfidência: minha mãe estudou no antigo Colégio São José, na capital paulista. Sua fé no santo é inabalável, mas, como disse a ela, a enchente (que lava tudo!) este ano foi além das chuvas.
A terceirização votada moderniza a legislação trabalhista, coloca o país em melhores condições de competitividade mundial e, com certeza, minimiza a maior precarização do trabalho, do emprego e da renda, que é o desemprego. Aqui não preciso me estender, pois teremos vários capítulos ainda, assim como na Reforma Previdenciária.
No âmbito estadual, estive no evento da Amvale e ouvi uma boa explanação do Secretário Adjunto de Turismo sobre o Fortalecimento do Turismo Regional, entre outros assuntos ali discutidos. Saí com a sensação de que temos muito a evoluir no tema, principalmente se Minas Gerais inovar e não imitar a Bahia. Para o soteropolitano, Salvador é a Bahia; o restante do estado... Minas também não é apenas BH e a região metropolitana da capital. A impressão é de que a pauta do turismo é para a Capital. E a Gerais?
Março chegando ao fim, a sensação de que o tempo passou e quase nada mudou e, ainda assim, temos que ir em frente. Aproveitar a Quaresma e refletir sobre a vida.
Sua vida é sua responsabilidade. Recordando Tom Jobim, “É pau, é pedra, é o fim do caminho... é a lama, é a lama... São as águas de março fechando o verão.
É a promessa de vida no teu coração.”
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com
