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Amor e Tristeza

Tenho tido oportunidade de refletir sobre muitas coisas nestes tempos...

Karim Abud Mauad
Publicado em 24/10/2016 às 08:09Atualizado em 16/12/2022 às 16:53
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Tenho tido oportunidade de refletir sobre muitas coisas nestes tempos. A vida anda passando muito rápido e recebemos tantas informações ao mesmo tempo, que mal conseguimos absorver, entender e até praticar ou mesmo adotar em nossas vidas.

Recentemente, coisa de 3 (três) meses, falei aqui da perda do seu Albertino Rodrigues da Cunha Filho, quando na semana passada estando fora de Uberaba, sou tomado pela dor da perda de sua querida esposa Gisliane. Uma vida juntos, décadas juntos, algo às vezes impensável para os tempos atuais.

Daí minha oportunidade de refletir sobre Amor e Tristeza. Este não é o único caso que conheço, mas talvez um dos quais conheci mais de perto, com quem convivi e de fato e sobre quem pude falar com minha filha, quando nos encontrávamos. Descanse em paz, querida D. Gisliane. Seu Albertino foi na frente para recebê-la. Nesta reflexão pude passar por vários casais amigos que se foram e entender a importância de se ter e manter uma família unida.

Ainda no campo do Amor e da Tristeza temos visto vários acontecimentos estranhos acontecerem ao nosso redor e, impassíveis, assistimos sem entender. Eu me refiro aos casos de violência doméstica e urbana. Falo ainda das guerras civis e urbanas mundo afora. Vejo a ganância e o egoísmo sobrepujarem várias vezes os sentimentos humanos básicos. Percebo, com tristeza, o aparente e falso triunfo do individual sobre o coletivo.

Nosso Mundo, o Brasil incluso, perdeu-se nas tarefas de incluir o ser humano na sua plenitude de deveres e direitos da vida. Ultimamente os direitos são lembrados e exigidos, desconhecendo-se ou fingindo não existir a contrapartida das obrigações.

Nota-se uma concentração de poder e riqueza na mão de alguns (pouco mais de 60 pessoas ou famílias detêm perto de 50% de toda riqueza do mundo) e estes, por sua vez, estimulam cada vez mais que direitos sejam aplicados por quem mal consegue ter seus próprios direitos. Isto se aplica à vida, à economia, à política e por aí vai...

Ainda não conseguimos garantir direitos de fato a nenhum ser vivo de qualquer espécie, principalmente ao homem. Cartilhas, códigos, manuais, leis,..., são escritas, editadas, promulgadas sem a mínima possibilidade de serem postas em vigor e visam muito mais publicidade do que atingir seus objetivos efetivos.

No devaneio dos meus pensamentos pude recordar do poema Vou-me embora para Pasárgada, de Manoel Bandeira, onde afinal sou amigo do rei,... e na mesma toada lembrei-me de que não iria... já que aquela não existe.

Assim, amigos, deixo aqui um espaço para nossa real reflexão, qual seja, por que temos dificuldades para de fato querermos um mundo melhor para todos? Por que não deixamos o Amor fluir mais que a dor? Por que a Felicidade invariavelmente abre campo para a tristeza? Já dizia Adoniran Barbosa, em “Bom dia, Tristeza, Se sente comigo”...

Karim Abud Mauad - karim.mauad@gmail.com

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