Esta última quinzena foi cruel para os brasileiros, mesmo para os que apoiaram a greve dos caminhoneiros...
Esta última quinzena foi cruel para os brasileiros, mesmo para os que apoiaram a greve dos caminhoneiros.
Não quero entrar no mérito do certo ou errado, ou do início lógico e do fim irracional.
Desde sempre acredito em deveres e direitos e não em direitos e deveres, portanto, por mais bem-intencionada que seja a greve em si e seus desdobramentos e receios até hoje descortinam o estado de abandono e descompromisso do governo com a nação.
A greve no seu bojo demonstrou toda esta fragilidade forçando o governo a negociar, ceder e ainda assim ficar sem saber o que aconteceria no dia seguinte.
O pior, no meio do caminho a greve foi inflada de reivindicações políticas de todas as cores e matizes, com muitos parecendo esquecer que em outubro/2018 este momento se dará e ainda com alguns parecendo querer antecipar este momento.
Vimos de tudo muito, muita rede social, muitas mentiras e verdades, muita gente jogando para a torcida, mesmo que neste jogo todos sendo a torcida, ou de fato num jogo sem torcida, pois o processo só gerou perdedores, mesmo no momento das reivindicações aceitas.
Um país paralisado, percebendo o imenso atraso em que nos encontramos, pois temos combustíveis mas não refinamos este combustível, jogamos riquezas fora, mesmo vindo de um longo período de recessão, o atraso tecnológico escancarado e o pior ... o brasileiro pagando caro para ter gasolina, gás, verduras e desperdiçando leite, ovos, deixando animais morrerem de fome, entre outros gêneros de primeira necessidade; além de não cumprir compromissos de exportação. Não devemos ser um país de Macunaímas.
O país da solidariedade se quedou a estupidez de filas intermináveis para a cota mínima de combustível, a irracionalidade dos preços abusivos e a divisão ruinosa de nós e eles.
Já diziam Raul Seixas e Cazuza, em canções diferentes que somos um país sem a menor base, pois um cantava que um dia a terra pararia e o outro perguntava que pais é este?
Ainda assim alguns acreditam em vencedores onde de fato todos foram vencidos.
No meio disto confundimos insegurança e permissividade com eventual necessidade de um governo linha dura ditatorial. Ao som de Vandré pediram intervenção militar, um contrassenso histórico, mas no país de uma Kéfera (em seu recente episódio na Expozebu), está de bom tom...seria cômico, não fosse trágico.
Também infelizmente até na imprensa notícias iguais tem interpretações difusas, uma entubada a mais ou uma entubada a menos é mera retórica ilógica.
Ando assustado com tanta imbecilidade reunida, com tanta irresponsabilidade instalada e com alguns insistindo em tirar vantagens de tudo, independentemente de buscar a verdade, onde o descompromisso soa como tônica, que cansados da irracionalidade do brasileiro, as próprias autoridades militares vieram a público desmentir estes rumores. Creio que por conhecerem o Brasil E O POVO .... eles mesmos não querem assumir este “abacaxi”...será? Espero que possamos cada um individualmente agir de forma legal para as mudanças que o país precisa, usando a melhor de todas as armas da democracia, o voto.
Participando, cobrando, fiscalizando, não se omitindo e buscando um futuro melhor. Precisamos mudar a sina de sermos hoje um povo que tenta se dar bem sozinho e se ferra em conjunto. Vamos de fato caminhar e cantar, em busca de um novo tempo. Que Deus nos proteja, pois está difícil, até seus representantes na terra andam perdidos por aqui.