Após as eleições de 2022, encerrados primeiro e segundo turnos, as expectativas são grandes sobre os destinos da Nação. Muita divisão, dúvida e ansiedade com o futuro do Brasil.
Este artigo está sendo escrito ao fim de um pleito federal, com acirramento e polarização nunca experimentados antes, notadamente desde a redemocratização em 1989.
Em lives, alguns poucos grupos e em prosas com familiares e amigos, escolhidos com zelo, pois o clima continua tenso e nebuloso, tenho manifestado preocupações com o Brasil dividido e infelizmente atritado que saiu das urnas. Novembro avança e outubro deste 2022 não acaba.
Particularmente, não acredito em ruptura institucional.
Avalio, sim, os ânimos exaltados após um resultado expresso nesta eleição e que deixou pouco menos da metade destes eleitores sem o resultado desejado por eles. Os governadores eleitos no dia 02/10/2022 e os recém-eleitos não questionaram o pleito.
No próprio primeiro turno, os senadores, deputados federais e deputados estaduais assim também não o fizeram; exceção a um caso aqui e outro ali, sem relação alguma com a votação propriamente dita.
Vamos avaliar estes próximos dias e que os bloqueios de rodovia não se tornem insubordinação civil, lembrando que, na esfera política, a transição já começou de fato. O respeito e o gesto do reconhecimento do resultado precisam ser feitos de maneira definitiva pelo derrotado no pleito. A paz precisa chegar aos lares... urgente.
Relatórios e atitudes ambíguas não contribuem em nada nesta etapa.
Mudando a análise para o Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, elegeram-se deputados com domicílios eleitorais na quase totalidade dos municípios da região, com exceção feita a Uberaba. Ao entrar no site do TRE percebe-se isto claramente. Assim como comentei antes, o fenômeno que não é recente e já havia acontecido em outras cidades da região em eleições passadas, encontra Uberaba experimentando a entressafra de novas lideranças e novos postulantes aos cargos, situações domésticas que precisam ser trabalhadas no futuro para que a cidade não fique à deriva e sem representatividade no jogo político. Isto não é bom. Em 2024, saberemos as lições que, de fato, foram tiradas agora. Boa sorte e bom trabalho aos representantes de Araguari, Araxá, Ituiutaba, Iturama, Patos de Minas, Patrocínio e Uberlândia.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, reeleito ainda no primeiro turno, demonstra desenvoltura interna e externa. Seu apoio declarado ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro acirrou aqui a disputa no segundo turno, mesmo com a vitória apertada de Lula. Creio que já temos um pré-candidato a Presidente para 2026. A importância de Minas não deve dificultar a interlocução e a liberação de recursos para o Estado. A eleição de Lula, mesmo não apoiado por ele e pelos prefeitos desta nossa região, fará apenas neste primeiro momento que mudem os articuladores junto a Lula.
O fato também pode mudar um pouco o quadro municipal para 2024. Estas são conjecturas e uma leitura rápida de cenário no ato dos resultados. Nada é definitivo neste contexto.
Em política, assim como na vida, o tempo é um importante aliado. O tempo nos mostrará se este raciocínio prosperará. Assim como as alianças que daí surgirão.
Parabéns aos cidadãos, aos participantes da festa da Democracia, eleitos ou não; o resultado apenas traduz a vontade da maioria dos eleitores. O que conta é o direito de expressão.
Cidadania, Democracia e Liberdade, Sempre!
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com