Estamos vivendo o momento mais agudo do ajuste a ser feito na economia, pelo governo federal
Crise Econômica
Karim Abud Mauad
Estamos vivendo o momento mais agudo do ajuste a ser feito na economia, pelo governo federal. Após a aprovação das Medidas Provisórias deste ajuste fiscal, a equipe econômica da Fazenda, Planejamento e até do Banco Central, em consonância com a Presidente Dilma, está revendo as necessidades de corte no orçamento, próximo à R$ 70 bilhões, isto mesm bilhões. Todas as áreas serão afetadas, inclusive a Educação, mesmo sendo esta A PÁTRIA EDUCADORA.
Alguns pontos chamam a atenção, pois o Banco Central vem aumentando os juros e toda vez que isso acontece, e desde outubro/2014, tem ocorrido bastante, fica mais caro a rolagem da dívida Pública pelo governo Central. Estima-se que 0,5% na taxa Selic equivale à R$ 35 bilhões no custo dessa dívida. Parece um paradoxo, principalmente porque todos os países desenvolvidos do mundo, inclusive EUA e Japão, passando pelos europeus, estão com juros na sua totalidade próximos de Zero. Merece análise e debate, corta-se de um lado na saúde, educação, segurança pública, e gasta-se do outro com juros alimentando o Sistema Financeiro como um todo. Este é um ponto que aproxima situação e oposição e causa desconforto e desgaste na própria base governista, notadamente o PT. Tiram-se direitos do trabalhador e transferem-se recursos para os Bancos privados e públicos.
Este preâmbulo nos ajudará a entender o que já sentimos no orçamento familiar desde o final do ano passado, com preços absurdamente elevados. A começar pelos preços administrados tipo energia, água, combustível, remédios, entre os principais, aliados aos alimentos, inclusive da cesta básica, pesando muito em qualquer compra, seja na padaria, no açougue, no varejão e no supermercado. Podemos acrescentar, ainda, os serviços cuja referência é a necessidade e a preferência, e na outra ponta da tabela, a falta de ganhos reais nos salários, e o pior de todos os males: o DESEMPREGO. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do MTB já demonstra esta redução aqui e país afora, fazendo brotar a necessidade de cortes nas nossas despesas, evitando-se a total queima de reservas e o mal maior, o ENDIVIDAMENTO. Esta sensação já acompanha o uberabense, o mineiro e o brasileiro.
Na área empresarial a situação não é diferente, já falamos aqui do aumento de juros, da inflação, da restrição ao crédito, do aumento abusivo das tarifas bancárias e, claro, o mais assustador, a ausência do tão necessário cliente, sumido e ressabiado com todo o noticiário de jornais, TV e mídias sociais, só falando em Crise. Isto hoje é secundário, pois todos já sentem no bolso - que, como brincam os meus patrícios, é a parte mais sensível do corpo humano - a falta e escassez de dinheiro. Não basta assim, apenas notícia de revista para fazer este contraponto. A "marolinha" aqui é tsunami!
Várias matérias tratam de pontos comerciais fechados. Um dado alarmante em Uberaba é que este número está próximo de 500, e esta é apenas uma simples constatação.
Se o verdadeiro arrocho nem começou e, portanto, temos que nos preparar para o que vem, precisaríamos pensar na melhor forma de passarmos esta fase. O dever de cada um, em sua casa, é rever o planejamento das contas para 2015, avaliar despesas, com o critério mínimo de essenciais e supérfluas, também os ganhos e, principalmente, a possibilidade de novas receitas. A ordem é clara: passar a tormenta, esperando retomar a calmaria para o fim de 2016 e o início de 2017.
Este dever de casa que o governo federal, anunciou que fará, mesmo merecendo reparos e ajustes, deve ser imitado pelas esferas estadual e, principalmente, municipal. Se a tendência é de queda nas receitas, precisa-se rever o custeio da máquina, para permitir investimentos necessários aos munícipes. Cabe incentivar a iniciativa privada a investir, manter empregos e ajudar na tarefa da passagem pelo olho do furacão, com medidas efetivas e concretas, facilitando as PPP (Parcerias Público Privadas).
Para finalizar, temos que ressaltar que o contingenciamento proposto pelo governo federal não significa imobilização total das verbas públicas. É fundamental saber buscar os recursos que serão disponibilizados. É de fato a hora de demonstrar gestão com eficiência e eficácia.