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Entre Narrativas e Tarifas: Hora de Pagar para Ver

Karim Abud Mauad
Publicado em 31/07/2025 às 18:14
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As notícias brasileiras desde 09/07/2025 dizem respeito ao tarifaço anunciado por Trump, para atingir Lula, mirando nos três Bs:

Bolsonaro, Brics, Brasil.

Com a desculpa de apoiar um injustiçado, e com receio de uma aliança estratégica, penaliza o povo brasileiro.

O jogo de narrativas é grande. O jogo de interesses, maior. O jogo eleitoral é o fato.

Escrevi sobre este fato nestas linhas do JM, que não acreditava na manutenção dessas tarifas quando agosto chegasse. Hoje creio que elas virão, com algum ajuste aqui e outro ali, mesmo sem negociações efetivas — e creio... seria bom que viessem. Chegou a hora da aprendizagem.

Sou da geração que achava nosso país a potência dos anos 2000 e o povo brasileiro, gente boa. Creio sermos uma nação importante, principalmente para os brasileiros, pois, afinal, é onde vivemos. Somos gente, humanos e extremamente irracionais, pelo que andamos demonstrando nos últimos 20 anos. E, portanto, não sei mais se somos gente boa — sem querer unanimidade ou generalização.

A hora de pagar para ver é agora. A hora de bancar a aposta. A hora de ver se teremos terra arrasada, pois já me falaram que nem terras raras temos — ao menos em volume relevante. O Brasil não é para amadores e parece não ser para brasileiros, pelo tanto de brasileiros apoiando.

Nestes últimos tempos, o que li, ouvi, vi e apreciei de análises econômicas fundamentadas na preferência política dos analistas, mesmo que disfarçada sob o manto de dados, fatos, simulações e até aparente seriedade, é uma enormidade — e isto em todos os cantos da nossa terra, feita pela nossa gente. A partir disso, veio-me a vontade de ver até onde vamos — ou até onde eles vão, na totalidade ou na individualidade.

Vários países importantes e blocos de peso estão negociando tarifas. O Brasil, aparentemente, não consegue se sentar à mesa. Então, creio é chegado o momento de ver onde isso vai dar. O que não importaremos — ou importaremos mais caro? O que não exportaremos, pois ficamos inviáveis? E para onde irão estes produtos e serviços? Quanto reduziremos do PIB? Quantos empregos perderemos?

Na outra ponta: o que for produto perecível teremos que desovar no mercado interno, ou achar novos mercados — ou não? Os produtos da indústria terão quais destinos? Que medidas tomaremos para amenizar os percalços? Economia de pandemia ou de guerra — ou ambas? E estamos falando de Brasil. Sanções não escolhem estados, partidos, simpatizantes. Não temos ganhadores.

Chegou nossa hora do amadurecimento ou de sucumbir de forma definitiva. Infelizmente, parece que valerá a pena passar por isto agora. E administrar os resultados deste longo aprendizado.

Enquanto isso, os times estão postos e já se digladiando. Que venha 2026.

O estranho de tudo isso é que nada de muito anormal, em termos macroeconômicos, aconteceu em julho. Mas já tem gente dando férias coletivas para os colaboradores... Ah, que venham as pressões. E as bravatas, e incoerências, antes um juiz era herói e se provou vilão, atualmente um juiz é vilão e recebe o peso de uma lei internacional americana com nome de russo. Antes os acusados ficaram para receber e cumprir penas, hoje se alinham com o Pateta, o Mickey e o pato, ou se tornam iguarias espanholas à moda italiana.

Cansado disso, louco por achar um outro caminho. Nunca tive dúvidas de que dois erros não fazem um acerto.

Hoje, quero mesmo celebrar os 95 anos de minha mãe e que o Corinthians avance na Copa do Brasil. Afinal, nada de novo no horizonte.

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