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Hora do diálogo

Karim Abud Mauad
Publicado em 27/05/2020 às 07:08Atualizado em 18/12/2022 às 06:35
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Assistimos exaustos a nova série de TV, que foi a famosa reunião do dia 22/04/2020, repleta de tudo, tudo mesmo, menos Brasil. Não vou entrar no mérito do motivo específico de ela ter vindo a público, não sou do meio jurídico e não discutirei ritos aqui. O JM tem articulistas com competência para este mister. Como cidadão e engenheiro, não creio que a casa caiu para ninguém e também não vejo caminho pavimentado para outrem. Esta é uma visão meramente concretista e a reação dos mercados financeiros, bem mais voláteis, demonstra isto. Ao mesmo tempo tendo tido a paciência de assistir na íntegra, entendi a lógica da convocação, que era discutir um plano de saída para a Economia brasileira pós-pandemia. E foi aí que fiquei sem entender o excesso de palavrões, militâncias e palanques que foram ali expostos. Creio eu que se todos tivessem se debruçado sobre a necessidade de auxílio emergencial advinda do estado de calamidade que estamos vivendo pelo mundo, entenderíamos a real necessidade dos auxílios para Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas, independente de porte, regime tributário e local onde se encontra na Federação. Ficaríamos cientes, de que este déficit que será gerado em tempos de guerra/calamidade pública, se bem colocado, não contaminará o bojo da economia, principalmente se, após este período, as tão necessárias reformas forem efetivadas. Todos teriam clareza que este quadro atual é suportável por toda a nossa capacidade existente hoje, lastreada no agronegócio e nos minérios. Entenderia a pujança de nossas reservas hídricas, contrastadas com países populosos como a Índia.

Alimentar brasileiros, chineses e indianos é trabalho hercúleo e o nosso homem do campo consegue suprir estas necessidades. Conheceria a realidade das exportações brasileiras para a China, que é maior que para os EUA, na proporção de US$3 para US$1, a favor dos asiáticos. Perceberia o que pode ser feito para retomar o Turismo, setor muito atingido neste momento. Entenderia a pujança de nosso sistema financeiro público e privado, notadamente público, dando respostas a tempo e hora para quem está atravessando esta tempestade sem barcos, boias e até pontes adequadas. Estas informações e o plano público que alavancará empregos e renda no futuro se perderam no meio dos distúrbios emocionais e bobagens ideológicas proferidas naquele ambiente e reunião. Tirei estas informações da reunião, quero acreditar nelas.

Fiquei com a sensação que qualquer intérprete de Libras se sentiria estranho se estivesse levando as informações para os surdos. Em claro contraste com os que traduzem as lives de música que estão sendo apresentadas a profusão. A reunião se assemelhou à live Cabaré. A primeira-dama, com certeza, não gostou do que viu e ouviu, sendo entusiasta da causa dos surdos.

Enfim, vida que segue, empresas aéreas que atuam no Mercado brasileiro pedindo recuperação judicial, nos EUA, a Alemanha socorrendo a sua gigante deste setor, desemprego começando a aparecer na estatística, empresas fechando em Uberaba, Minas Gerais, Brasil e no restante do mundo; e nossos líderes governamentais se esmerando em olhar apenas 2022.

Trazendo esta situação para a nossa terra, acompanho o que acontece com o comércio local, onde, segundo entidades, precisamos abrir/manter/restabelecer o diálogo entre o Executivo, o MP Federal e levar ao Judiciário informações conjuntas que permitam a retomada plena das atividades, dentro do que prescrevem o MS, a nossa Secretaria de Saúde, com segurança e sem onerar ainda mais a classe produtiva geradora de emprego, renda e tributo. Em abril, se cumpriu determinação judicial, agora está se judicializando uma situação quase dois meses depois. Repito, não sou advogado, mas tenho alguma experiência classista, pública, empresarial e creio que o tempo está invertido, se era para brigar, era em abril, agora, já quase no início de junho/2020, é hora de conciliar. Naquela reunião de 22/04/2020, assim como nesta contenda uberabense, não teremos ganhador, só perdedor. E todos sabem quem está perdendo. Vamos dar o exemplo, sem interferências, constrangimentos, uso da PF e assemelhados. Hora do diálogo.

Karim Abud Mauad

 

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