Infelizmente

Finalizada mais uma ExpoZebu, sem público, agora motivada pela pandemia, Uberaba segue sua rotina de sobressaltos contando seus mortos, cada vez em maior número. Não faço aqui juízo de valor, sobre posturas e atitudes, apenas entristecido vejo o volume de famílias perdendo entes queridos, dia após dia, mais perto de todos. A situação não é fácil, pois a atividade econômica se esvai e com isto fecham-se portas e postos de trabalho. Não sei o ponto de equilíbrio adequado para esta situação, mas sei que o diálogo efetivo, a parceria com a população, é a alternativa; a estratégia do sentar à mesa parece ser o melhor para todos os envolvidos. Ao longe e acompanhando o noticiário local, regional e nacional, esta é a tônica. Infelizmente, vejo o estica e encolhe e não vejo desejo de solução.

Não creio em qualquer possibilidade fora deste espectro; a história demonstra que CPIs e Manifestos só geram mais discórdia, intriga, holofote, palanque político, sem de fato resolver alguma coisa para qualquer um, principalmente para o cidadão, que paga impostos direta ou indiretamente. Infelizmente, o cidadão fica no detalhe, só vale na hora do voto.

O mundo passa por uma situação inusitada, mas o Brasil, Minas Gerais e Uberaba parecem querer o protagonismo deste processo. Nos jornais, TVs e nas redes sociais, alimentadas pelas torcidas ou pelas próprias lideranças políticas, classistas, empresariais, de sindicatos de trabalhadores da iniciativa privada e pública, parece ter gente gostando de obituário e desemprego.

Situações na Segurança Pública do Rio de Janeiro e na invasão da escola com morte de professoras e crianças em Santa Catarina, ao invés de causarem comoção geral, levam à divisão e à busca por espaço na mídia. Cada lado quer faturar com a desgraça alheia! Ao nosso entendimento, são situações caóticas, que nunca deveriam ter acontecido. Não se trata de torcida e lado, mas de tragédia consumada. Infelizmente, somos todos perdedores (direita, esquerda e centro).

O Comdicau (Conselho Municipal dos Direitos da Infância e do Adolescente de Uberaba) fez um levantamento entre entidades atendidas pelo próprio Conselho, MPMG, Conselheiros, e detectou alguns problemas graves com o jovem fora da escola, sem meios para assistir às aulas em home office, como o aumento da fome, a violência contra a criança, notadamente o abuso sexual, dados estes corroborados pelos Conselhos Tutelares, com o aumento de casos significativos no primeiro trimestre de 2021. Apresentados os resultados às autoridades, a quem compete cuidar destas políticas no município, e divulgados nas mídias, fica o anseio por soluções rápidas e eficientes. Com diálogo creio ser mais fácil, pois estes são problemas de todos. Infelizmente, estes problemas ocorrem em Uberaba e, estatísticas à parte, carecem ser resolvidos. Serão?

As entidades de serviços fazem sua parte. Vejam o exemplo na cidade e região, onde, em 2018, Lions, Rotary e União de Lojas Maçônicas (Ulmur) se uniram para soluções conjuntas em prol da sociedade.

Para finalizar, preciso narrar um fato e pedir um apoio. O fato é que temos crianças em Uberaba que nunca tiveram uma única laranja para chupar ou um iogurte para beber, e isto nos foi narrado pela equipe do SESC MESA BRASIL. É só ir lá e você ficará sabendo destas e de outras histórias. O apoio se desdobra em dois: começa por solicitar sua ajuda à campanha em andamento no Sesc e continua com seu apoio na declaração de ajustes anuais de IRPF, prorrogado para 31/05/2021, no modelo completo, pois cabe ainda doar aos Conselhos da Criança e do Idoso. Fale com seu contador ou, ao fazer seu ajuste, busque este campo na própria declaração; é direto. Podemos trazer um volume de recursos enormes para os Projetos Sociais, sem ônus adicionais. Felizmente, isto só depende de você.

Vamos agir mais, torcer menos e estabelecer o diálogo. Assim a situação, de fato, melhora.

Karim Abud Mauad - karim.mauad@gmail.com