O primeiro turno das eleições passou e algumas lições ficaram ou se encaminham para ficar definitivamente em nossa jovem história republicana, caso o segundo turno confirme o resultado acontecido.
A renovação na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional foi maior que o esperado, com o eleitor deixando clara sua insatisfação com o que estava posto, boas apostas vieram para o Legislativo; algumas apostas temerárias, também, mas isso, de fato, só o tempo dirá. No último artigo aqui publicado, eu dizia da importância da Democracia e do necessário acolhimento da vontade popular. Que assim seja e que os deputados novatos realmente façam a diferença e diferente, atendendo ao recado das urnas. Os que ainda têm mandato podem concluir de forma digna, conforme já exposto antes neste espaço.
No tocante aos executivos estaduais e federais, algumas surpresas, certezas e decepções nos resultados alcançados aqui e pelo Brasil. Novamente vieram os recados das urnas, com viés de segurança pública, tolerância zero com a corrupção, valores pessoais e de família, além da vontade de experimentar novidades. O resultado do segundo turno mostrará com certeza se esse cenário é o correto ou não.
Ainda nesta seara, algumas situações nos chamaram a atenção; uma delas é o cuidado cada vez maior que devemos ter com as pesquisas eleitorais, que tendem a influenciar o comportamento do eleitor e, nas últimas disputas, andam cometendo erros grosseiros, e pior, sem nenhum pudor, começam a mostrar a realidade apenas na boca de urna. Essa situação está ficando desmoralizadora para os Institutos ou, como já havia também afirmado aqui, para quem as interpreta e divulga. O quadro atinge desde os Institutos renomados até alguns Institutos de menor expressão. Devemos avaliar o papel das pesquisas para os próximos pleitos. A pergunta que fica é: por que divulgá-las?
Outro dado relevante a ser considerado é o papel da mídia tradicional, que não está sabendo lidar com o eleitor, informado por mídias sociais e que também não anda conseguindo demonstrar isenção na interpretação dos resultados advindos das urnas. No domingo, 07/10/2018, após o encerramento da votação e durante o acompanhamento das apurações, vimos alguns jornalistas perderem a linha e a postura. Não merece maiores comentários.
Confesso ter ficado decepcionado com a biometria eleitoral, com a diminuição de zonas e junção de seções, o despreparo dos voluntários recrutados e dos funcionários concursados, acrescidos pela divisão inadequada de eleitores por seções, gerando filas excessivas e desestimulando esses mesmos eleitores. Creio que cabem ao TSE/TRE as devidas explicações à sociedade. O processo poderia ter sido feito de forma gradual e, talvez, em uma eleição com menos candidatos a serem votados. Com a palavra, o pouco controvertido ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE à época das modificações. Essa confusão, com certeza, contribuiu para a sensação de insegurança na votação.
Finalizo agradecendo aos mineiros por fazerem cumprir a Constituição Federal! Torço para nos mantermos firmes para o dia 28/10/2018, lamentando que, mesmo estando em todas, Uberaba tenha saído menor na sua representatividade eleitoral. O alerta está dado. Devemos todos refletir sobre o processo.
karim.mauad@gmail.com