A vida segue seu ritmo e nós, sem percebermos na maioria das vezes, passamos por ela sem aproveitar sua essência.
A vida vai nos ensinando que vivemos em ciclos, ondas e picos e nós, via de regra, queremos tudo sempre.
A vida nos mostra sua finitude a todo instante e nós agimos como se fôssemos permanentes e, pior, únicos e exclusivos.
A vida premia, de fato, o ser e nós nos deixamos levar pelo ter, talvez tomados pela exaltação desmesurada da forma, e não do conteúdo.
A vida demonstra sua beleza pela natureza e nós desrespeitamos a terra, agindo sempre contra estes elementos.
A vida nos presenteia com a família, seja ela a nossa própria, seja a que nos acolhe, e nós sempre achamos um senão para causar desagregação.
A vida nos apresenta pessoas que se doam voluntariamente e nós cuidamos apenas de avaliar o ganho.
A vida nos mostra que, na política, o adversário de ontem é o correligionário de hoje e nós criamos inimigos e agredimos parceiros, familiares e amigos, além de destruir com palavras e atos a quem de fato desconhecemos.
A vida nos permite renovar etapas e refazer expectativas a cada doze meses e nós usamos esta oportunidade invariavelmente para gerar intrigas e manter hábitos pernósticos arraigados.
A vida nos permite servir a todos, aos próximos e até aos mais desafortunados e nós queremos nos servir sempre, a qualquer custo, mesmo quando abastecidos e abarrotados de tudo.
A vida nos presenteia com filhos naturais, adotivos e adotados e nós tratamos de desperdiçar esta graça com conceitos e pré-conceitos, confundindo amor e responsabilidade, com atitudes que geram desconfortos e medo.
A vida nos mostra a importância do coletivo, do todo, do bem para todos e nós nos isolamos em ilhas e guetos e procuramos supremacias, baseadas em crenças de soberba desmesuradas e eternidade inexistente.
A vida, bela que é, presenteia-nos todo dia com Momentos inesquecíveis e nós agimos para estragar estes Momentos.
No ano recém-findado, perdemos rei, rainha, papa, cantores, amigos, familiares, conhecidos, desconhecidos, e a vida continua nos proporcionando Momentos tão bonitos, conforme a canção com este título, de Roberto Carlos.
Neste 2023, desejo que você cultive e se alegre com os seus Momentos!
O dia 08/01/2023 se contrapôs ao dia 01/01/2023, Momento triste e de aprendizado.
A vida nos ensina a singularidade da democracia. Este, um Momento único!
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com
