O final de 2025 já deu o tom da lambança política que virá em 2026.
O país nunca quer discutir o essencial, só o periférico. O país do agro, que ostenta a fome, prefere entrar na bobagem do chinelo. Espero que os tolos de plantão tomem dois pés no traseiro, e podem escolher se direito ou esquerdo; torço para que escolham os dois.
O país que busca moradia para todos, que tem um projeto habitacional como o Minha Casa Minha Vida, deveria estar atento ao estrago proporcionado pelas bets na vida das pessoas de baixa renda, que estão com suas aquisições em xeque pelo gasto nesses jogos.
O país que nega à mulher o direito de decidir sobre o seu corpo precisaria efetivamente priorizar saúde e educação de qualidade, e não apenas transferir esse debate para as religiões, muitas delas interessadas em dízimos e no apelo eleitoral desse debate, onde prospera ilusão e manipulação. O país da hipocrisia instalada e do mercantilismo da fé.
O país onde os Poderes deixaram de ser Poderes e o personalismo atropela a consciência cidadã.
O país de desigualdades estruturais e que busca políticas públicas efetivas. O país onde pesquisas demonstram que apoiadores dos dois mais conhecidos presidentes desta década não sabem diferenciar o pé direito do pé esquerdo, mas, ainda assim, se declaram a favor de um ou de outro e, de forma rasa e estúpida, inundam as redes sociais de mentiras e falas ignorantes e de ódio.
O país que, mesmo estando entre as dez maiores economias do mundo, não apetece e acolhe sua população de forma digna — e isto desde 1500.
O país que tem agressões diárias a mulheres, com mortes, não encontra tempo para enfrentar esse problema, mas acha tempo para os chinelos. O país que banaliza violência, que banaliza prostituição infantil, que banaliza o assédio sexual, moral... acha tempo para boicotar quem trabalha nessa seara, combatendo os agressores.
O país que se revolta com as políticas de incentivo à cultura não acompanha e não se indigna com as manobras do Orçamento da União, principalmente com o dito Orçamento Secreto. Aliás, não busca conhecer nenhum orçamento.
O país que vira o rosto para suas dicotomias e mazelas sociais não tem tempo para discutir políticas, mas para defender “politicozinhos”.
É 2026. Não vai ser fácil tolerar. 2026 será uma prova de fogo para a jovem democracia brasileira.
2026 será o ano de o eleitor deixar bobagens e firulas de lado e escolher bem seus candidatos.
A economia do país será decisiva nessa escolha e será preciso mergulhar a fundo nos dados disponíveis para não ser lesado pelo discurso de estatizantes e liberais. Avance firme nessas informações e, de fato, avalie suas finanças familiares; veja o que aconteceu com elas efetivamente nestes últimos anos. Não se deixe levar por análises enviesadas, de novo, a cada momento, por um pé.
O nosso futuro depende de nós, e que em 2026 você possa entrar firme, com os dois pés, no trabalho, nas atividades profissionais e nas escolhas que fará.
Que venha 2026, em todas as cores, em todas as crenças, com ambos os pés e a maturidade plena cidadã.