Para a grande maioria dos brasileiros, por uma crença antiga, o ano de 2016 só começa efetivamente nesta segunda-feira...
Para a grande maioria dos brasileiros, por uma crença antiga, o ano de 2016 só começa efetivamente nesta segunda-feira, 15/02/2016, passado o reinado de momo e a quarta-feira de Cinzas.
Esta crença tem origem devido às férias escolares, com as aulas retornando sempre após o carnaval e ao aquecimento natural das atividades econômicas e financeiras advindas deste período. Era como se o Brasil parasse antes do Natal e ressurgisse após o Carnaval. Isso passa até pelos recessos do Judiciário e do Legislativo em qualquer nível.
Falo em crença, pois todos sabem que mesmo as atividades parando em dezembro e recomeçando em fevereiro, a realidade das contas e custos no bolso de todos é sentida desde o dia 01 de janeiro, pela própria comemoração do ano novo; seguido pelos custos escolares e tem lista tanto na escola privada como na escola pública; passa pela chegada do IPVA, este ano antecipado em alguns dias no mês de janeiro, um grande problema para quem tem renda variada e agora salário parcelado, muito pior para quem não tem salário. O desemprego está em níveis elevados aqui e acolá, o que motivou um conceituado jornal nacional a trazer matéria de capa, na terça–feira de momo, dizendo que estamos vivendo a pior e a mais longa recessão econômica na história do Brasil, desde 1901, quando a série histórica começou a ser medida, ou seja , nunca antes na história deste País algo assim ocorreu, nem na crise da bolsa americana de 1929, muito menos na quebradeira do sistema em 2008/2009. Um cenário a ser avaliado por todos.
E ainda tendo que viver um cenário de guerra, termo perigoso, pois contas e custos podem ser alterados em função da mobilização nacional contra o mosquito transmissor da dengue, zika e Chikungunya, o conhecido Aedes aegypti. Novo pretexto para justificar a volta da CPMF. Aí mora o perigo.
Este foco de desencontros entre a agenda necessária ao país para superar a crise, reverter o quadro recessivo, retomar a necessária crença dos mercados internacionais em nosso potencial econômico e claro nossa busca por reaver e reatar exportações com países esquecidos neste modelo atual, só ocorrerá se os atores envolvidos no processo, com o devido e necessário empurrão, ou para falar um português mais claro, com a devida pressão das ruas, entenderem que o povo está cansado.
Cansado de desmandos, cansado de impostos, cansados de serviços públicos ruins, de bancar a parte saúde, educação e segurança, e não ter nada disso em sua qualidade de vida.
Apesar deste cenário, me alinho entre os que acreditam que cada um de nós individualmente e todos em grupo, na empresa, na entidade social e classista, na família, a chamada sociedade civil organizada podemos reverter a situação. Ajamos por uma mobilização maciça de todos para o 13/03/2016, a começar por nossa terra. Um bom exemplo seria a união de todos na redução dos exageros da conta do CODAU.
Karim Abud Mauad - karim.mauad@gmail.com