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O fundo do poço, ou o fim do caminho

Karim Abud Mauad
Publicado em 03/03/2022 às 18:50Atualizado em 18/12/2022 às 18:33
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Com guerras no horizonte sombrio, vamos buscando a luz. As águas de março fechando o verão deixam rastro de calor e a certeza de que a crise hídrica persistirá. Uberaba segue sua sina de certidão de nascimento incerta nestes 202 anos assumidos, deixados ao tempo. Nossa terra busca a glória de outrora com a incerteza de agora.

A vida toca seu curso, é mistério profundo, é o queira ou não queira, só espero que não seja o fundo do poço ou o fim do caminho. A certeza da incoerência humana traz incertezas ao mundo. Saudade da festa da cumeeira, da festa carnavalesca, de motivo para ter festa.

A vida nos traz amores e até dissabores, tem 18 anos que venho vivendo os amores, ou melhor, o AMOR com letra maiúscula, respirando a promessa de vida no meu coração. A cada dia, a cada passo, a cada encontro, em cada gesto, o amor se fortifica e frutifica, é de peixes a razão do amanhã. É o dia, é a noite, é o laço, é o anzol e a filha querida desta união.

É a vida, é o sol, é a fonte inesgotável do AMOR.

É o acerto com jeito de erro; é o erro certo parecendo o acerto. Neste momento incerto da humanidade, é o pau, é a pedra, que não seja o fundo do poço ou o fim do caminho. É a chuva chovendo ou parando, é o vento vetando, é o fim da ladeira, no rosto um desgosto, é um pouco sozinho.

Através da poesia de Águas de Março, vamos tentando encontrar nexo, para nós, para os homens, para a vida.

O conflito Rússia x Ucrânia demonstra A INSENSATEZ da espécie humana. O poder seduz, cega, envaidece, enlouquece e a insensatez prevalece. As cidades de Kiev e Kharkiv, os principais alvos da ofensiva russa, sofrem com as ordens emanadas do Kremlin. A bela letra K sofre neste emaranhado da guerra. É uma cobra, é um pau, é o Putin, é o Zelenski, que pena que não seja um espinho no pé, ou um corte na mão.

São as águas de março fechando o verão; de fato, é o fundo do poço e o fim do caminho. No mês imortalizado por Tom Jobim e Elis Regina, temos que lamentar o que ocorre no leste europeu e que gerará mortes, fugas, tristezas para inocentes do mundo inteiro. Tudo em nome do Poder pelo Poder. Saudades de um bordão da minha juventude, “Faça Amor, não Faça a Guerra”.

Nas incertezas da terra, nas angústias da guerra, apego-me ao que tenho de melhor, o AMOR da minha família. É um passo, é uma ponte, é um resto de mato na luz da manhã, são as águas de março fechando o verão, é a promessa de vida no teu, no meu, nos nossos corações.

Obrigado, Amor, por me permitir suportar a ignorância da guerra, a vaidade plantada do falso poder. São as águas de março fechando o verão, é o pau, é a pedra, que não seja o fundo do poço, ou o fim do caminho.

Karim Abud Mauad

karim.mauad@gmail.com

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