Um assunto palpitante no cenário nacional são as eleições municipais de 2024.
A eleição presidencial de 2026, que nunca saiu da pauta, ganha fôlego neste período.
E os absurdos prosperam, seja pela profusão de notícias sobre as contas públicas, por exemplo, fazendo o dólar subir e a bolsa de valores recuar, até as pancadarias e pautas-bomba do Congresso Nacional. O que tem de loucura sendo posta para andar é uma enormidade. O PL 1.904/2024, conhecido como PL da gravidez infantil ou do aborto, é de uma estupidez ímpar, lamentavelmente normal, partindo de quem e de onde partiu. Participei de gestão recente do Comdicau em nossa cidade, representando o Rotary, e só quem não conhece a realidade de nossas crianças e adolescentes para propor o que consta neste PL. Não encontro justificativa plausível nesta criminalização que não seja a criminalização do processo político, forçando negativas e vetos que geram desconfortos para uns e possíveis votos para outros. Infeliz do país que discute aborto e não discute saúde, educação, segurança pública, transporte e mobilidade, inclusão social, entre os temas de fato relevantes, para a população local, regional e nacional. O assunto aborto é complexo, mas o PL é esdrúxulo.
As velhas máximas da manutenção da família, dos valores, da religião, precisam, de fato, ser revistas à luz da realidade atual, e não sobre a falsidade e hipocrisia de muitos por aqui, por ali e acolá. Conceito, Préconceito e Oportunismo eleitoral não se misturam.
Ando assustado com tantos discursos de ódio, camuflados de viés político, ideológico, religioso. Nestas horas, lembro de Pirro e seu ceticismo e distanciamento de doutrinas morais, cuja inconsistência concebia ser causa de sofrimento.
Deus é Pai, Criador e Justo e nos enviou seu Filho Jesus para nos redimir... Pregar o sofrimento, o medo e a temência a Deus é estratégia praticada pelas religiões, até como forma de recolher o dízimo. Estou aqui tentando ser cuidadoso com o escrito, pois eu apenas tento nos fazer refletir sobre o que nos rodeia.
E como isto nos leva a pensar muito no que fazer e como agir até as eleições, para votar com tranquilidade e cientes, zelosos para tentar escolher os melhores representantes, os que têm melhores propostas, os que têm melhor histórico de realizações, os que fazem mais com menos, otimizando os sempre curtos recursos do erário, os que de fato pensam em qualidade de vida para a população, seja no Legislativo e, claro, no Executivo. Entender bem o papel de cada um no processo, para depositar seu voto naqueles que, de fato, estão preparados para recebê-lo, eleger-se e fazer um mandato compatível com estes anseios dos eleitores.
Não troque seu voto por promessa vã. Não se esqueça da velha prática do voto trocado por um pé de botina antes e outro depois do processo. Isto é o atraso.
A tendência é você passar 4 anos com nada mais que este par de botinas. Estamos na temporada da caça ao voto. Não seja uma presa fácil.
No Brasil, por mais que se tente dividir em direita, centro e esquerda, normalmente temos apenas duas opções, ou seja, votar em quem está dentro e não quer sair, ou em quem está de fora e só quer entrar.... Se assim não fosse, Partido, e não apenas candidato, teria importância; programas e promessas eleitorais seriam cumpridos, assim como adotados os princípios partidários. Posso estar enganado, mas por aqui, desde 1500, me parece ser fato, ou não é?
Então, resta-nos a alternativa de avaliar bem e escolher o “menos pior”, dentro de certos critérios éticos, sociais e de desenvolvimento coletivo, e não individual. Avalie. As eleições são logo ali, 4 meses passam rapidamente, mesmo com a física moderna sugerindo que o tempo não avança e pode ser só uma ilusão. O que temos na prática está e estará posto! Neste caso, guiemo-nos pelas exceções.
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com