Um dia destes, falávamos numa roda de amigos sobre os negócios que envolvem as guerras, desde sempre.
Iniciamos pelos motivos que geram conflitos entre países e povos — e eles sempre têm a economia como pano de fundo.
Depois, avançamos lembrando da quantidade de cadeias econômicas que se movimentam nesses conflitos: desde a indústria das armas propriamente dita, passando por alimentação, vestuário — para ficar em poucos — e, claro, o famigerado mercado negro, que se vale desses momentos.
Aliado a isso, temos os avanços e perdas pós-guerra, onde uns lucram muito e outros perdem tudo.
Vejam que, até aqui, não falei do caráter humanitário e dos flagelos impostos às pessoas envolvidas nesses conflitos. Esse parece sempre um fator secundário ou um dano colateral. A conclusão a que chegamos foi: sempre há um interesse, travestido de soberania e patriotismo, encobrindo deficiências conjunturais e estruturais — e, claro, dando vazão ao sonho tirano do burocrata de plantão. Economia e política andam lado a lado. Então, o raciocínio se fecha neste ponto.
Hoje, como muito falado por aqui, temos alguns conflitos esparramados pelo mundo, sendo Rússia x Ucrânia e Israel x Palestina/Irã os mais veiculados na mídia. Existem outros, menos citados, mas nem por isso menos violentos ou cruéis.
E como ficamos?
E como ficaremos?
E como será, de fato, o futuro da humanidade?
A cada leitura, a cada reportagem, a cada trégua sem trégua, a cada dia... observamos o recrudescimento da barbárie e dos jogos de interesse se alinharem em um jogo de ganha-perde.
Quem ganha?
Quem perde?
Um mundo carente de tudo, em vários pontos, que despreza a fome dos semelhantes, destrói o meio ambiente, assiste atônito às intempéries se avolumarem em ciclos cada vez mais recorrentes, não prioriza saúde, educação e cultura. Temos, de fato, que nos preocupar com o nosso amanhã — ou com sua falta.
Quando observamos o país que tem o poder de polícia e a moeda do mundo se esfacelar, burlar regras e condutas, desprezar princípios meridianos da democracia — e ainda se arvorar a pregar isso para o restante da humanidade —, só nos resta pedir: que o mundo pare... que eu quero descer.
Ando muito preocupado com o que se avizinha nesta nova ordem econômica mundial.
Ando assustado com tanto acordo desrespeitado, com tanta mentira dita e tanto ódio disseminado.
Será o fim dos tempos? Ou o tempo do fim?
Ficamos com esta dúvida para reflexão. Eu confesso que não sei. E você?