Uberaba celebrou sua mais provável data de aniversário em 2 de março. É do conhecimento de todos que, de um centenário comemorado em 2 de maio de 1956, estudos e alterações levaram a mudanças nestas datas. Isto é relevante para alguns, mas não imprescindível para outros e, de fato, não é o nosso foco neste artigo.
Uberaba, a sempre Princesinha do Sertão, precisa ser redescoberta por sua população. Nos últimos 20 anos, pouco mais, pouco menos, percebo entristecido o desconhecimento dos cidadãos desta terra com nossa cidade.
Difícil amar o desconhecido. Difícil defender o que ignoramos. Difícil reconhecer nossos pontos fortes, ficando na maioria das vezes com a visão entrecortada entre a ponte do rio Grande e a vizinha Uberlândia. Perdemos referências e, junto, o nosso amor próprio. Uberaba precisa de um choque de realidade para o bem de todos.
Temos muitos problemas, com certeza, e em todas as áreas, mas temos também condições que poucos possuem, o chamado potencial desenvolvimentista. A nossa chave tem que mudar se quisermos avançar. Dormimos em berço esplêndido e acordamos no relento. Uma boa alternativa é usar os erros do passado e não os repetir no presente. Passa da hora de olhar para o universo e perceber que o mundo não gira à nossa volta, mas gira sempre nos permitindo mudar paradigmas.
Somos uma cidade hospitaleira e festiva, com a necessidade premente de sofrer um novo choque de crescimento sustentado, nos moldes da chegada dos bandeirantes, do gado zebu, do Ensino Superior e do polo de fertilizantes, e de industrializar e inovar tecnologicamente.
Na área do turismo, uma outra vertente, temos atrações conhecidas como a religião em todos os seus pilares, o próprio zebu, os dinossauros e nossa conhecida hospitalidade e gastronomia. O Geopark tão ansiado precisa ser disseminado na cidade e região e usar âncoras como a ABCZ, cujo potencial para a nossa cidade ainda é pouco utilizado.
Temos que fazer o arranjo político para crescer o bolo e disputar fatias maiores, e não ficarmos remoendo migalhas, com a cabeça enterrada no chão. Os pleitos eleitorais aqui estão cheios de recados. Os diagnósticos têm que ser traçados percebendo as mensagens constantes das urnas.
O mês de março também é dedicado às mulheres, pois em 08/03 comemora-se o Dia Internacional delas. Creio que ainda temos muito a percorrer para deveres e direitos iguais, pois preconceitos e abordagens chulas não nos permitem avaliar erros e acertos por competência e gestão, e sim nos prendem a estigmas e estereótipos. Nossas redes sociais estão repletas de patifarias disseminadas neste território. Avaliem.
A Uberaba e o futuro que queremos passam por nós e, claro, por nossas lideranças políticas, classistas, empresariais, religiosas, sindicais, enfim pelos concidadãos, e não é com cabo de guerra que chegaremos lá. Que os 204 anos tragam novos ares e motivos para comemorações. É utópico? Pode ser, mas não é mesquinho nem tacanho. Merecemos mais.
Encerro recomendando que vejam os vídeos comemorativos dos 203 anos, feitos pela Câmara Municipal, através das colaboradoras Carla, Renata e Evacira. Se começarmos a redescobrir nossa história, podemos voltar a ter pujança e glória. Parabéns, Uberaba e às suas maravilhosas mulheres!
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com