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Política rasteira

Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com
Publicado em 07/08/2023 às 21:51
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O dia a dia da economia nacional é uma incógnita para todos. Os economistas renomados na mídia ou não emitem opiniões e até conceitos os mais variados possíveis. Eu sempre disse neste espaço sobre a estreita ligação entre economia e política. As decisões econômicas estão sempre atreladas às decisões da política. O termo é acertado – Política econômica.

Aqui não quero emitir nenhuma opinião de cunho pessoal, mas simplesmente refletir sobre estas eventuais distorções políticas no seu todo. Também não vou entrar nos conceitos deste conjunto, a saber, fiscal, monetária e cambial. O artigo ficaria técnico em demasia e este não é o foco. O que de fato precisamos perceber é a importância desta para a sociedade.

O Brasil é uma economia capitalista que permite ganhos aos empreendedores, dentro de regras preestabelecidas. A imensa distância entre os que auferem riqueza e os que estão longe deste patamar nos leva a criar políticas econômicas de caráter social e que distribui renda aos mais necessitados. Hoje, independente de quem nos governa para ficar nestes últimos 20/25 anos, a regra é esta. O nome do programa muda, o valor também, mas o resultado é o mesmo. E não é bom.

Esta situação, entre tantas outras, leva-nos a muitas discussões ideológicas que sempre chegam no tamanho e na excessiva interferência do Estado na vida do brasileiro.

Aqui também caberia uma longa discussão de qual o Estado que queremos e o grau de interferência ideal, mas a pandemia de Covid-19 nos levou a uma reflexão sobre Estado mínimo, livre iniciativa e seu poder regulador, distribuidor e moderador.

A conclusão mais plausível e menos ideológica possível nos leva a entender que devemos gerar riqueza, crescer e desenvolver de forma sustentada e distribuir de forma mais equânime o fruto desta produção. Fácil na teoria, muito difícil na prática.

E esta situação não é privilégio nosso. O mundo trabalha com interesses difusos e não muito republicanos, pois se convive com a dicotomia de países com riquezas naturais e outros com tecnologia, aliado à premente necessidade de alimentação da população, dificultando ou impossibilitando a produção de bens e serviços para satisfazer às necessidades humanas permanentemente ampliadas. Os fatores de produção, estes sim, são limitados. Esta equação não fecha. E aí entra a política econômica de cada país, dentro de suas necessidades, uns mais focados na riqueza e outros no bem-estar de seus habitantes. E, neste cenário, entramos na discussão atual de direita e esquerda, capitalismo e comunismo, crescimento e desenvolvimento; está feito e pronto o diagnóstico, entendido o quadro. E, creio, sem economês abusivo.

Assim, a atual discussão sobre PIB, taxa de juros efetiva, Selic, déficit orçamentário, câmbio, reforma tributária, arcabouço fiscal, entre outros, muitas vezes ou na grande maioria das vezes, sai do campo técnico, do saber econômico, talvez desde Adam Smith em “A riqueza das Nações”, no século XVIII, e vem para a baixa e rasa ideologia e a caça ao voto das redes sociais.

Cada vez mais, precisamos de consumidores e de bem-estar social, e cada vez menos do nós e eles, recentemente materializado em frentes e propostas do Sul e Sudeste, contra o Norte e Nordeste. Isto não gera ganhos de nenhuma natureza, só acirra ânimos exaltados. E a economia nesta? E o povo nesta? Viramos apenas perdedores. O Brasil pode e merece mais emprego, renda, serviços públicos de qualidade, deveres e direitos respeitados e usufruídos pelo todo. O segredo é seriedade e proposta agregadora. O resto é política rasteira. Vamos adiante!

Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com

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