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Reflexões sobre o segundo turno das eleições municipais: desafios e lições para o futuro

Karim Abud Mauad
Publicado em 30/10/2024 às 20:20
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O segundo turno das eleições municipais encerrou-se neste 27/10/2024, mas, definitivamente, creio que não. Devem existir inúmeros recursos a serem julgados, tanto para vereadores quanto para prefeitos e, principalmente, não se encerrará devido às sequelas produzidas e aos cenários que ainda serão melhor compreendidos. Afinal, no Brasil, a próxima eleição, em 2026, já começou.

Se analisarmos o caso de Uberaba, o resultado do segundo turno espelhou o resultado do primeiro. Vi em diversos grupos de política nas redes sociais muito “disse me disse”, mas de fato sem dizer nada. Havia muita torcida e pouca consistência nas análises, com algumas exceções louváveis. “Éramos seis” candidatos, ficaram dois, e a lógica da reeleição – que vem desde a primeira eleição em dois turnos – se manteve. Agora, como dito pelo segundo colocado em seu agradecimento, é hora de torcer por Uberaba e pela prefeita reeleita. Oxalá seja assim, mas, pelo que ouvi, li e presenciei, essa maturidade está longe de acontecer. Vários participantes externaram a mesma opinião; tomara que os eleitores pratiquem isso e de fato ajudem nossa terra.

Outro ponto interessante diz respeito à nossa representatividade na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Que o exemplo de 2022 e alguns ensinamentos desta eleição sirvam de lição para o próximo pleito. É fundamental eleger representantes e que todos se unam em prol deste propósito. Assim, veremos, se de fato aprendemos com essas últimas duas eleições.

O alto índice de abstenções, votos brancos e nulos serve de reflexão para todos, vencedores e derrotados. Talvez mais para quem perdeu, pois os votos de hoje não são necessariamente os votos de amanhã. E, com certeza, a falta de votos hoje provavelmente será a falta de votos amanhã.

Se deste processo nascer o “Partido Uberaba”, então terá valido a pena tudo o que vivemos nestes últimos meses.

A aposentadoria chegou para muitos, e uma renovação verdadeira precisa ser posta em prática. O coletivo sempre deve sobressair ao individual, aliás, essa é outra lição deste pleito. O trabalho em grupo prevaleceu sobre o bloco do “eu sozinho”.

Na esfera estadual, especialmente na eleição da capital, outro recado foi dado: o campeonato é local, no máximo regional. Ele não é nacional. Brasileirão, por enquanto, só no futebol.

Olhando para outros estados, o cenário se repete. A direita se dividiu muito, e a esquerda encolheu; muitas vezes, o centro prevaleceu. O MDB, como sempre forte regionalmente, deixou o protagonismo nacional para o PL e o PSD. Nesta seara, precisamos ver como se comportarão Bolsonaro, Kassab e Lula, que vê o PT encolher. Este tema merece ser detalhado em outro artigo, mas parece ser ainda, ao apagar das luzes, mais uma lição desta eleição.

Enquanto vamos entendendo o processo, cabe-nos parabenizar a prefeita Elisa pela reeleição insofismável e, como cidadãos, esperar que a água do rio Grande, o Projeto do Gás Uberaba, a reocupação do Centro e as drenagens necessárias, escancaradas pelas últimas chuvas, venham de fato. Que todos os atores se comprometam, pois Uberaba precisa voltar a se desenvolver de forma consistente. Isso será bom para todos e ajudará a melhorar, por conseguinte, o trinômio saúde, educação e segurança pública.

Vamos torcer e ajudar para que tudo dê certo nestes próximos quatro anos.

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