E o carnaval chegou e parece que nada aconteceu ainda. O Brasil só funciona depois do carnaval. Será?
Eu creio que este chavão já mudou muito. Em todos os lugares? Esta talvez seja minha dúvida.
Viramos o ano achando que o caos fiscal estava posto, o dólar nas alturas, a inflação, principalmente no setor de alimentos, aumentaria o peso na renda dos menos favorecidos e geraria incertezas na política econômica.
No início do ano, histeria pelo que seria declarado no Pix; hoje, o problema é com o preço do quilo do café.
O que vimos em janeiro e fevereiro de 2025 quanto ao câmbio, bolsas de valores, déficit fiscal e dados do emprego nos permite entender as saídas que temos. Fundamental, claro, são mudanças na gestão da coisa pública, para gerir de modo eficaz e eficiente, e isso em todas as esferas, a saber: federal, estadual e municipal.
As reformas, de fato, precisam ser feitas e implantadas e não devem ser concebidas sem que todos se sacrifiquem e busquem consensos. O ótimo é inimigo do bom, a inércia beira a incompetência.
O teste da reforma tributária, ou o que de fato saiu deste processo, principalmente nas reduções e simplificações operacionais e junção de tributos, sob qualquer nome, é importante, visto que não reduzimos a carga dos impostos. Acompanhamento técnico, e não apenas político, torna-se prioritário para melhorar e otimizar os serviços públicos ofertados.
O nosso país, aliás, precisa urgentemente de uma reforma política ampla, geral e irrestrita. O que está aí não está bom e, sem ousadia no diagnóstico, creio que não atende a ninguém, nem aos poucos que se beneficiam dela.
O Brasil não é para amadores, mas não deveria ser apenas para espertalhões e mal-intencionados, que usam diversos subterfúgios para se locupletar. Muitos desses se dizem cristãos, defendem a família, a livre iniciativa, mas só no discurso. A mudança tinha que ser de norte a sul, de leste a oeste, da direita para a esquerda, do meio para o centro e envolver crentes e descrentes. Passar tudo a limpo é necessário. E, a partir daí, planejar, implantar novos modelos e processos e procurar novas alternativas e opções. Chega do público-privado e do privado-público.
Creio que vai acontecer?
Creio que não vai acontecer.
Creio que precisa acontecer?
Tenho certeza de que precisa acontecer.
Tudo no campo das ideias, das discussões entre pensamentos concordantes e discordantes, sem rupturas de qualquer natureza.
O exemplo devia começar em casa. Temos avanços para implantar aqui na cidade.
No pós-carnaval e na esteira dos 205 anos de nossa cidade, deveríamos tirar do papel o que precisa ser tirado e buscar avançar... notadamente em todos os nossos planos, em fase de estudos, inclusive e principalmente o Plano Diretor. Uberaba merece legislação e atitude de cidades desenvolvidas, que pensam no futuro, para quebrar ciclos de imobilismo.
A atividade econômica é importante, diria vital para o processo, aliada e disposta em diretrizes e parâmetros que vislumbrem uma cidade moderna e inteligente, que busca excelência na educação, segurança pública, mobilidade urbana, saúde e no turismo, com foco sempre na qualidade de vida da população. O insumo água e o insumo gás podem ajudar nesse processo, desde que se tornem políticas públicas e não apenas eleitorais. Nosso histórico no agro, na cultura e no esporte pode ajudar – e muito – todo o processo.
O que precisa para isso acontecer?
A união efetiva entre todos os atores, em comunhão com a população.
Aqui, como acolá, teremos eleições em 2026, então temos que vencer com trabalho o ano de 2025 e o próprio 2026.
A hora é de arregaçar as mangas e criar consensos. O momento é de trabalho em prol da cidade.
Com a palavra, nossa Luciana Maya. Vale ouvir – “Meu Lugar”.
A Uberaba dela é a nossa, a sua, a minha.