Nesta primeira quinzena de junho, alguns assuntos são intrigantes na terrinha…
Na proporção que avançam os escândalos nacionais, percebemos mais similaridades que diferenças nas ativi-dades e posturas daqui...
Este espetáculo dantesco envolvendo os taxistas e o Uber demonstra de pronto que em vários aspectos esta-mos aqui no Século XIX, e isso é preocupante demais, pois, se temos dificuldades para entrar no Século XX, o XXI, em que estamos, será uma miragem...
No início do século passado, na estação da Luz em São Paulo, houve um protesto semelhante dos charreteiros da época contra o aparecimento dos taxistas e não devemos esquecer que tiramos ou tentamos tirar as carroças do centro da cidade...
A ideia primária deveria ser o bem da população, caso contrário, como indenizar os empresários que têm lojas estabelecidas e encontram concorrência na internet, e no caso específico dos ambulantes, cidade afora, principal-mente no Calçadão...
Esse simples exemplo reflete o absurdo, mas existem ou-tros; só não quero acreditar que ainda estamos no tempo de chegar ao centro e comemorar a instalação da primei-ra escada rolante. Muitos dos nossos leitores aqui do JM sabem a que me refiro.
Acompanhei, também, a colocação na mídia sobre obras, prazos, aditivos... mas creio que isso não deveria ser mo-tivo para alterar o objeto/objetivo desses contratos.
No processo de perda das referências locais, vejo com preocupação o fechamento dos lotes para eventual leilão da Petrobras do que é ou seria nossa fábrica de amônia no DI.
Se isso ocorrer – e nada indica que não possa ocorrer –, teremos nossa onda de crescimento sustentado, o cha-mado desenvolvimento econômico bem comprometido.
Nos anos 70, a chegada da Fosfertil em Uberaba foi um momento frenético para a economia local, a despeito da crise mundial do Petróleo. O ex-prefeito Hugo Rodri-gues da Cunha teve uma frase sua contextualizada de forma pejorativa e, aliada ao boom da nossa vizinha Uberlândia, nos fez perder junto a várias outras situa-ções o bonde da história... A história se repetirá?
Todos hoje no comando da cidade foram secretários do prefeito Hugo, em seu segundo mandato, e deveriam perceber que ele se preocupava com os impactos sociais na cidade naquele tempo, mas a fábrica veio; esta nova implantação é vital para trazer renda consistente a Ube-raba. Este, sim, deveria ser o assunto relevante.
Não creio que tentar barrar o Uber seja sinal de preocu-pação com os verdadeiros rumos da cidade.
Aqui faço um alerta, não uma crítica pela crítica.
A união de nossa gente, a partir da vontade de seus re-presentantes, pode mudar o rumo da história... Indepen-dente de cor partidária, ou posição política, uma neces-sidade a olhos vistos.
Nossas crianças, empresas, enfim a Cidade agradece. Vamos cuidar das reais prioridades. Uber é fato consu-mado, minimizem os encargos dos táxis e a vida segue. Apesar da sigla, o Uber não é uma invenção local!
Como disse ao Carlos Manzan, ainda junto ao Sr. Ludo-vico, seu pai, vivo, discutir Flamengo e Corinthians não é problema, é diversão...
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com