Um tributo a amigos
Na realidade, a semana foi difícil, pela perda de pessoas muito próximas e queridas, cujas residências de suas famílias frequentei e com elas muito aprendi.
Sem cronologia, presto aqui minhas reverências às famílias de Geraldino Rodrigues da Cunha Neto e de Adib Sarquis. Esses dias foram de muita tristeza para todos, pois ambos irradiavam muita lucidez e simpatia. Aos meus amigos Flávio, Anete, Luiz Henrique e Reinaldo, a certeza do reencontro com Dona Maria Valdete e da lembrança dos bons tempos juntos, aqui e em Goiânia. Ficam a saudade e os ensinamentos certos para nós, prezado Luiz “Jairão” Henrique. Ao Paulo, César e Eliana, os mais próximos filhos do Adib Sarkis, nossos sentimentos e a certeza de uma vida rica e espiritualizada. Fomos, com certeza, a sequência das amizades de nossos pais.
Nesta seara teve ainda a grande perda do Dr. Samir Cecílio, primeiro presidente da UNE em nossa cidade, nos idos de 1948, conforme foi lembrado, no velório, pelo presidente na minha geração, o Vandinho. Com Samir, na época da faculdade, estivemos juntos com José Aparecido. Bons tempos em que acreditávamos piamente na redemocratização do País.
Mais recentemente, em 2015, na comemoração dos seus 60 anos de casado, estivemos juntos e nos divertimos com suas lembranças do dia do casamento com Dona Marli. No ano passado, acompanhamos, juntos, a política local e ele sempre se lembrando das situações da época de Tancredo Neves, Juarez Batista, Arnaldo Rosa Prata, entre tantos personagens. Enfim, desde que recebi a notícia, durante o velório, enterro e na missa de sétimo dia, fui me lembrando de várias passagens com ele, do zelo quando nasceu minha filha Anninha Carolina, na posse da Aciu, nos vários almoços em sua casa e na chácara Caiçaras, com Dona Marli sempre ao seu lado, Silvana, Samir Filho, Fernando, Renato, genros, noras, netos, bisneto e vários bons amigos. Veio a saudade da análise de alguns artigos meus, dos eventos da ALTM, do seu grupo de intelectuais, mas falou mais alto, de fato, a saudade do meu amigo carinhoso sempre, o Dr. Samir, afetuoso no contato comigo e com os meus. Ressalto ainda sua militância política, repleta de exemplos e de honradez, como bem lembrado pelo seu sobrinho Carlos Alberto, na referida missa.
Renato, dirijo-me a você para lembrar que “naquela mesa está faltando ele...”, mas você e seus irmãos, que posso dizer meus também, saberão levar adiante toda história do seu pai nesta vida. Eu sei, hoje, que o nosso Bairro São Benedito, a nossa rua Tristão de Castro, anda há muito se empobrecendo, com as várias ausências, mas com certeza o nosso clube Sírio Libanês, no céu, está vivendo o seu resplendor, agora reforçado pelos nossos patrícios que acabam de chegar lá. Que Deus em sua infinita sabedoria ampare a todos que aqui ficam, tentando de fato entender os mistérios da Vida.
Que saibamos todos compreender e tocar em frente nossas vidas; que esses bons exemplos do Geraldino, do Adib e do Samir Cecílio sirvam de lição e modelo para nós, e que Uberaba volte a estar em todas, de forma positiva e construtiva. Nosso cordial até breve para eles e nossa alegria desse convívio maravilhoso, pois com os três meu pai, Ramid Mauad, tinha uma relação fraterna e estará no outro prisma, esperando por eles, junto ao meu padrinho Jamir Abdalla, para um quentinho Café Mauad.
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com