O Dia das Mães este ano foi comemorado no dia 14/05/2023, domingo. A data foi oficializada no Brasil por Getúlio Vargas em 1932, por meio do Decreto 21.366. De acordo com ele, o segundo domingo de maio é dedicado às mães e ao amor materno. Mesmo a data sendo decretada, ela não é feriado. O decreto foi inspirado em data comemorativa nos Estados Unidos. Lá a criadora desta data contemporânea foi Anna Maria Jarvis (1864-1948), após a perda da mãe, em 1905. Em 1911, todos os estados americanos aderem. O processo não foi tranquilo, sendo sua criadora presa por “perturbar a ordem”. A quem interessar mais detalhes sugiro a leitura da coluna “O Curioso”, de Marcelo Duarte, no jornal FSP. Países como Itália, Japão, China, Cuba e Venezuela seguem esta tradição. Outros países comemoram em datas diferentes. Resumo feito, importante de fato é ir além da data, que deve ser celebrada diariamente. Afinal mãe é sinônimo de acolhimento.
Nestes tempos atuais, este papel de SER MÃE vem sendo discutido, revisto, ampliado, compartilhado, avaliado sobre diferentes prismas e óticas. Cada vez mais, os Pais estão sendo impelidos a cuidar juntos, evitando a sobrecarga das mulheres. As empresas também ampliam suas licenças-paternidade mundo afora e o Brasil está em processo de ratificação da convenção 156 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Intitulado “Igualdade de Oportunidades e Tratamento para Homens e Mulheres”, este documento de 1981, portanto, elaborado há mais de 40 anos, tem como proposta combater a discriminação no ambiente de trabalho relacionada às responsabilidades familiares. Em síntese, ele tem como premissa que as demandas da família não podem ser obstáculo para o pleno emprego e o desenvolvimento profissional. A esta demanda se juntam outras, como igualdade salarial entre homens e mulheres, chegando até aos atuais conceitos de família. O assunto posto, ainda resta o vínculo de fato. Mãe independe de data e de legislação.
Mãe carrega consigo por 9 meses um ser frágil e desconhecido e, junto, todas as mudanças que este fato traz no corpo, na mente, na vida.
Somos um país de mães solo e mães solidão.
A afeição de mãe supera obstáculos e enfrenta desafios e privações, e quando tudo caminha para a normalidade, surge o espectro da Ingratidão. Não é regra, mas, infelizmente, não é exceção.
Todos nós temos ou tivemos mães. Todos nós conhecemos ou vivemos situações assemelhadas.
Todos nós conhecemos casos de mães que criaram no plural e são cuidadas e amparadas no singular.
A você, Mãe, a todas as Mães deste mundo, meu reconhecimento fraterno por tudo que sacrificaram ao longo da vida.
À Mãe da minha filha, meu muito obrigado por ser como é e me ajudar a ser melhor e a entender meu papel na nossa criação conjunta.
A quem tem Mãe, cuide. A quem tem Mãe, curta.
A quem tem Mãe e a abandonou por qualquer pretexto, lembre-se que a vida é sequência e sucessão.
O exemplo dado hoje será seguido amanhã. Sou da época em que onde comiam três, de fato, poderiam comer dez! Hoje, infelizmente, onde comeram três comem dois. O mundo mudou? Ou o mundo sempre foi assim? Infinito é só o coração de mãe?
A todas as Mães, de fato e de direito, que são ou buscaram ser, em sua plenitude direta ou indiretamente, o nosso Muito Obrigado. Perdoem os que lhes viram a face, esquecendo toda a sua dedicação no passado.
Um Viva às Mães!
Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com