Vivemos, todos, momentos diferentes nestes dias, uma campanha política que vinha morna, apartada das anteriores, sem parâmetros, de uma hora para outra se tornou uma campanha definitiva; o país que sairá das urnas proporcionais em 07/10/2018 e o país das majoritárias do executivo estadual e federal em 28/10/2018, na maioria dos Estados e união, infelizmente sairá dividido do processo. O útil se tornará inútil.
O Lamentável clima de nós contra eles continuará.
A facada de Juiz de Fora decretou a derrota da democracia, sairemos do pleito eleitoral perdedores enquanto Nação.
A quem interessa esse episodio? Eu ainda não consigo administrar meus sentimentos e convicções, mas, com certeza, a Democracia perdeu, o Brasil se curvou perante o mundo. Ainda assim tenho algumas ponderações a fazer:
É útil votar; é inútil anular o voto.
É útil escolher o Presidente, o governador, dois senadores, o deputado federal e o deputado estadual; é inútil votar branco ou não comparecer à votação.
É útil pedir o atestado de serviços prestados dos candidatos; é inútil pedir a certidão de nascimento dos mesmos.
É útil pensar que somos cidade pólo; é inútil achar que nossos representantes são locais, e não regionais.
É útil pensar a eleição de 2018; é inútil fazer da eleição de 2018 apenas a prévia da eleição de 2020.
É útil votar nos nossos; é inútil achar que os outros não serão eleitos.
É útil fazer o voto útil; é inútil achar que o voto útil invalida a eleição dos outros.
É útil acreditar que estamos em todas as situações e lugares; é inútil esconder os Adélios e suas motivações de ódio.
É útil sabatinar os candidatos; é inútil achar que quem pergunta sabe o que perguntou.
E assim, perdido entre o útil e o inútil, ainda comemorei 35 anos de formado em Economia, revendo amigos queridos. Neste turbilhão, enterrei um primo primeiro, o médico José Humberto Mauad, quando entendi que minha geração agora é a ala “velha” da família. Espero que a Paulete, Leonardo, Daniel e Humbertinho Mauad, juntos às noras e netos, saibam conduzir o legado do Zé. O cardiologista dos Mauad encontrou avós, pai e tios. Apesar da tristeza, percebi o quanto ele foi útil.
Inútil é perder amigos ao longo do processo eleitoral, é se irritar com blasfêmias e com quem acha que é o que não é; isso de fato é totalmente inútil.
Útil é comemorar as bodas de ouro do Irizon e da Sônia, festa inigualável; inútil é não curtir momentos alegres.
Inútil é achar que existe vida cidadã longe de política e de políticos; útil é entender de fato o simbolismo da faca.
Entre úteis e inúteis vamos vivendo, lembrando a você, nosso leitor, o quão útil e importante se tornou o seu voto.
Que a vida siga nos permitindo ser úteis, afinal a chave do bem é fazer o bem sempre. Seja diferente, seja útil.
(*) Karim Abud Mauad
karim.mauad@gmail.com