O ano de 2021 caminha para seu final, novembro finda; dezembro, com os arranjos natalinos, começa a aparecer já sinalizando que 2022 está logo ali. A vida se repete e agradecemos sempre por estar vivos nestes últimos dois anos, em que a pandemia da Covid-19 deu o tom, um tom de muitas mudanças, mas um tom fúnebre. Ninguém esperava passar o que temos experimentado nestes tempos. E fica a angústia, o que virá?
Quando a humanidade caminhava para saborear ares de normalidade, da volta presencial das aulas para todos, eventos sociais e esportivos retomando em sua plenitude, bancos avisando que estão saindo do home office, eis que surgem rumores de 4ª onda na Europa, notadamente Alemanha e Holanda. Prudente liberar a 3ª dose para todos por nossas terras. A atenção ao vírus tem que ser constante e permanente.
Na Economia, os números do terceiro trimestre desencorajam o resultado do quarto trimestre e preocupam para 2022, já que estamos com inflação alta, acima de dois dígitos; falta de insumos e renda baixa, desemprego ou subemprego acachapante. Os grandes e médios players do varejo e, também, os pequenos vivendo na expectativa da Black Friday e das compras de Noel, mas enredados mesmo com números piores que 2020. A Construção Civil, através da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, divulgou indicadores, no dia 22/11/2021, que mostram estabilidade de lançamentos para 2022, o que sempre é preocupante, lembrando ser este o setor gerador de empregos para os menos preparados trabalhadores do país. Este cenário e os destemperos costumeiros de mandatários fazem o mercado financeiro oscilar negativamente e pintam um quadro alarmante para o futuro próximo. As autoridades brasileiras deveriam polemizar menos e governar mais, já é difícil eleição a cada dois anos, pior ninguém descer do palanque, nem em prévias internas. Brasília não ajuda, nem aqui nem acolá e muito menos mundo afora. Os resultados precisam aparecer. A gestão se mede por objetivos alcançados e mensuráveis e estes ultimamente são apenas miragens e falácias. Exempl o balanço da Caixa tem números excelentes para um serviço tão pobre, promessas descumpridas no social, no habitacional... assim começa nossa vida de gado.
Na Educação, continuam as expectativas para o segundo dia de provas do Enem, após toda celeuma que envolveu a prova do primeiro dia (21/11/2021). Nossos filhos, nossos jovens, vivem esta fase atual, angustiados e submetidos à pandemia, mudanças na grade do Ensino Médio, levados à amnésia crônica para conteúdos necessários, história escondida, tema difuso na Redação, e ainda tendo de lidar com toda a tensão gerada no antes; enfim, o alívio admirável, vida de gado.
A política continua no suspense de candidaturas que entram e saem, mas no paliteiro ou no picadeiro restam dois. A terceira alternativa aguardada por quem sonha com um Brasil pacificado vai se esvaindo, com atores que nunca deveriam postular e hipóteses bisonhas de tão hipotéticas. O jogo do poder vai vitimando o pobre cidadão; segue nossa miserável vida de gado.
Saúde e Educação, Economia e Política, que dia teremos estas prioridades? Não será em 2022, quiçá em 2023?
Nesta toada, independente de ser direita, centro ou esquerda, resta-nos o verso de José Ramalho... “Ê, ô, ô, vida de gado”.
Karim Abud Mauad