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Karim Abud Mauad
Publicado em 16/09/2020 às 00:16Atualizado em 18/12/2022 às 09:31
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O prazo das convenções partidárias, que antecedem as eleições de 15/11/2020 e definirão as candidaturas majoritárias e proporcionais nas cidades brasileiras, se encerra dia 16/09/2020. Ainda assim teremos que aguardar até 26/09/2020 para saber de fato quem é quem, principalmente nas majoritárias. As campanhas começam em 27/09/2020. No país inteiro todos estão ou deveriam estar antenados e mobilizados para os pleitos municipais que serão vitais para o destino dos cidadãos, que afinal habitam os municípios e, por este fato, são os responsáveis diretos pelas escolhas. As pesquisas confiáveis apontam para uma elevada intenção de não comparecimento às urnas, para abstenção e anulação do voto. Cidades como Uberaba, uma das poucas em MG com mais de 200.000 eleitores, poderão ter dois turnos e se ocorrer serão pífios, mantidos este quadro de comparecimento previsto, com o provável ganhador tendo a maioria dos votos válidos, mas não necessariamente a maioria absoluta dos votos do eleitor. Ganha legitimamente pelas regras do jogo, e passa 4 anos sendo constantemente contestado pelos munícipes. Conhecem este quadro?

A cidade perde. A população perde. Os serviços de saúde, educação, segurança, entre outros, invariavelmente deixam a desejar. Não são o adequado. Se fizéssemos aqui uma breve enquete, seria fácil identificar os culpados, neste caso, os políticos, por tudo que fazem e pelo que não fazem. Imagem e reputação arranhadas, deixando o eleitor desesperançado. Quadro perfeito, resta-nos aguardar a próxima eleição em 2022.

Creio que não é e não deveria ser tão simples assim. O político é um ser humano como outro qualquer, e não um ser extraterrestre ou alienígena. Pode parecer? Pode, mas não é. Ele é alguém como qualquer um de nós, com o agravante de ser escolhido por seus pares, invariavelmente por ação ou omissão, como descrito acima. Então, independente de não termos acesso aos partidos, aos pré-candidatos que se apresentaram para o jogo, não necessariamente temos que apenas votar por votar. Não sou inocente de acreditar que os interesses da coletividade estão acima dos interesses individuais, e neste caso isto se aplica a candidatos e eleitores, em parcela considerável. Independentemente deste cenário, creio ser possível dar um basta neste círculo vicioso. O melhor jeito? Pesquisar tudo, de todos os candidatos. Conheça sua história, sua vida, seus erros, seus acertos e principalmente tente verificar seu caráter junto aos seus. Se não temos o ideal, devemos buscar o bom; achar o que tem melhor proposta e melhor grupo para implantá-las. Não compre gato por lebre. Erre tentando acertar. O pequeno favor de hoje, pode matar o sonho de um novo amanhã. Avalie todos, sem exceção. Converse com familiares, amigos, colegas de trabalho, parceiros e forme opinião sobre quem quer te representar e inclusive convença o outro a fazer o mesmo. Participe. Os políticos podem ser um problema, mas não existe vida sem política. Escolha com convicção.

Vivemos num país dividido em extremos tolos, cuja separação é estimulada por quem almeja o poder pelo poder. Polarização, via de regra, é boa para o polarizador, não necessariamente para o eleitor e se transforma em catástrofe para o cidadão.

Já disse isto antes, mas repito em momento importante da nossa história, quando estamos sofrendo uma enorme crise econômica e social, causada pela Covid-19, nunca foi tão imprescindível seu exercício de votar e votar bem nestas eleições. Não terceirize ou delegue seu voto. Vote!

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