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Na ponta do lápis – Edição de estreia

Leandro Cardoso
Publicado em 16/07/2025 às 12:05Atualizado em 16/07/2025 às 12:08
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Trump apertou o cerco. E, se nada mudar até agosto, produtos brasileiros vão pagar caro para cruzar a fronteira americana — até 50% a mais. Antes disso, ele mandou um recado direto: acusou o Judiciário brasileiro de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro e disparou — “Parem com essa caça às bruxas. Deixem o Bolsonaro em paz”. Para uns, foi interferência. Para outros, apoio à direita no Brasil. Mas, sendo o Trump quem é — um negociador —, pode ter sido só uma jogada para favorecer os americanos. Aqui, o fato é que, se nada mudar, a conta chega. E chega no seu bolso. Impacta o campo, a indústria, o comércio, o dólar, a inflação, os juros — que já estão nas alturas. E tudo isso por causa de um movimento lá fora. Isso mostra como tributo, política e comércio internacional estão no mesmo barco. Ou melhor: no mesmo oceano gelado. Para quem não presta atenção, o risco de naufragar é real. Não é mar para amadores. E é sobre isso que vamos tratar aqui. Este espaço nasce para acompanhar a reforma tributária — que começa a valer em 2026 — e também para entender como o governo arrecada, como gasta e o que isso tem a ver com quem trabalha, consome e empreende. Ou seja: entender o Estado. O tema quente ajuda a explicar: o que o Trump quer aplicar é uma tarifa internacional — um valor para encarecer produtos estrangeiros e proteger os locais. Já o tributo é o que pagamos por aqui: ICMS, IPTU, PIS, Cofins… ou, em breve, CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Ambos pesam no bolso. E, no meio disso, o Brasil tenta reorganizar tudo. A reforma promete simplificar. Mas simplificar para quem? Arrecadar o governo já sabe. E quer mais. O problema é o gasto — mal feito, sem meta, sem freio. Nenhum sistema resiste. E o peso volta para o contribuinte. Talvez o certo fosse reformar primeiro o gasto. Falar de gestão, de meta, de responsabilidade. Mas, claro… é mais fácil cobrar mais do que gastar menos. Não é fácil, amigos. Falar de tributo é falar de escolhas. O sistema mostra como o Estado se organiza. E o reflexo, às vezes, assusta. Agora, deixa eu me apresentar: sou Leandro Gomes Cardoso, advogado, formado há mais de dez anos, pós-graduado em Direito Tributário pela FGV. Trabalho no setor produtivo e, como qualquer brasileiro, também pago imposto na escola da minha filha, no mercado, no cotidiano. Minha missão aqui? Tornar esse tema acessível, útil — e, se possível, interessante. Este espaço será mensal. Vamos falar de CBS, IBS, ITCMD, exportações, tarifas, consumo, política fiscal — e, sim, de planejamento tributário. Porque entender tributo é entender o país. E o tamanho da conta que deixaram na sua mão. Quem paga imposto tem o direito de entender a conta. E o dever de não esquecer dela. Nos vemos todo mês. Aqui — na ponta do lápis.

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