ARTICULISTAS

Bella Ciao

Luiz Cláudio dos Reis Campos
lucrc@terra.com.br
Publicado em 29/05/2020 às 07:46Atualizado em 18/12/2022 às 06:40
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A escatológica reunião ministerial do dia 24 de abril, exibida em 22 de maio por autorização do ministro Celso de Mello, não deixou espaço para um mínimo de respeito e apreço ao significado que devem merecer, das ditas autoridades, um comportamento civilizado.

O Brasil deseducado, deselegante, destemperado, despreparado, desqualificado, desumano sentou-se à mesa do seu principal palácio se jactando de truculência, achaques, prepotência, empáfia e autoritarismo. O Brasil, como vem sendo dito e é preciso reforçar, é muito mais que isso. Pudemos assistir a uma sessão de exibição de vitupérios e impropérios de um roteiro de um filme que nem Ed Wood conseguiria imaginar e dirigir. Seria como que superasse o Plano 9 do Espaço Sideral, filme de Wood, considerado o pior de todos os tempos com um remake adaptado para Brasil Sem Plano foi pro Espaço Sideral.

Está rodando nas redes sociais, provavelmente obtida na hemeroteca fluminense, foto de capa do jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, que circulou durante 73 anos – 1901 até 1974 –, quando trouxe, na referida edição, a seguinte manchete: Mussolini diz que só um povo armado é forte e livre. Nada mais ilustrativo para o que se ouviu de exaltação às armas e ao estímulo de sua utilização coletiva, justificada como ferramenta de libertação. Como que num passe de mágica, pairou o espectro sinistro do IL Duce evocado pela repetição literal de sua fala histriônica e ruidosa. E ele estava lá mesmo, e foi se clonando em cada um que vociferava desmandos, desvarios, preconceitos desprezo e barbaridades infindáveis.

Que mãos são essas que tocam o Brasil? Que gestos são esses que comprometem o Brasil? Que falas são essas que depreciam o Brasil? Nem mesmo um ateu, e este é meu caso, consegue admitir e entender o combo Deus e armamento coletivo. São imiscíveis. Talvez o ministro da Educação possa se lembrar da imiscibilidade que estudamos em química orgânica, é como água e gasolina, não é, ministro? Aliás, o que se viu foi muita gasolina batizada e nenhuma água benta. Coisas do tempo do prende e arrebenta que pra combater é preciso muito Bella Ciao.

E a pandemia? Ah, não passou em branco. O ministro do Meio Ambiente conseguiu dar a ela a utilidade que não enxergávamos.

Que ambiente, hein? Vai passar com Bom Ar.

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