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Chapéu

Não entendo de chapéu, não sei avaliar sua qualidade, seu tipo, sua utilidade específica...

Luiz Cláudio dos Reis Campos
lucrc@terra.com.br
Publicado em 15/11/2017 às 20:43Atualizado em 16/12/2022 às 01:56
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Não entendo de chapéu, não sei avaliar sua qualidade, seu tipo, sua utilidade específica, sua origem, sua finalidade. Enfim, de chapéu apenas sei alguns nomes e mui precariamente sua origem. Embora pouco sabido de chapéus, sou um apreciador, não sou usuário, mas admiro um chapéu que cubra com elegância nossa mais extrema superioridade, um chapéu que traja com conforto e eficiência, atendendo ao mesmo tempo à estética e à proteção solar ou lunar. Hoje em dia, pouco vejo o chapéu como parte destacada da indumentária, tanto da masculina, um tanto mais da feminina. Um chapéu que caia bem ajuda a distrair o observador atento a detalhes da indumentária, o que para os pouco afortunados em beleza e graça pode ajudar, acudindo-se com suas abas. Adorava os chapéus dos Três Mosqueteiros, que na verdade são quatro. Chapéus com plumas ou penas bem adornados que complementavam suas vestes de maneira irretocável, já o chapéu do Zorro muitas vezes não estava a cobrir a cabeça em razão da velocidade de sua cavalgada, o vento tratava de desamparar sua fronte, levando o chapéu para as costas, pendurado em fio no pescoço, assim também acontecia com Durango Kid. O de Indiana Jones tinha o poder de não desgrudar, firme e bem encaixado, resistia ao sabor de qualquer intempérie. Haja chapéu pra tanta cabeça. O de lampião e seus cangaceiros é a principal peça de identificação do chamado “bando”, cujo estilo parece único. Não sei se Virgulino seria tão polêmico se aquele chapéu lhe faltasse. Assim também me parece Getúlio, sempre enchapelado, seja na cabeça ou na mão, abanando-o. Outro a dar o bom tom com seu Panamá era Jobim, que deveria entender, seguramente, de chapelaria, chapeleiro e chapeleira. Estou até vendo-o discorrer serenamente e sabiamente sobre o assunto. Ele com certeza ficava de cabeça feita com seu belo chapéu. De fato, um chapéu faz a cabeça. O que não pode é o chapéu subir à cabeça e ser instrumento de mau uso em cabeças alheias à que ele cobre. Dar um chapéu de presente é uma bela escolha que agrada a quem gosta. É um gesto de tirar o chapéu. Agora, dar uma de lobo mau, pode encontrar a chapeuzinho vermelho e acabar com o bucho cheio de pedra. 

(*) Engenheiro

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