1917, há cem anos, o mundo testemunhava a Revolução Russa, o rompimento dos EUA com a Alemanha na Primeira Guerra Mundial...
1917, há cem anos, o mundo testemunhava a Revolução Russa, o rompimento dos EUA com a Alemanha na Primeira Guerra Mundial, a aparição de Nossa Senhora de Fátima em 13 de maio. Por essas bandas de cá, em Dores do Campo Formoso, então Distrito de Uberaba, hoje Campo Florido, nascia quem hoje é a razão desse texto. Um século na História é como um piscar de olhos, mas para nós, humanos, é uma longa jornada, um imenso lapso de tempo que cabe infindas histórias pelo testemunho secular da trajetória humana. Um século é tempo que não se desperdiça e é privilégio de poucos alcançar essa contagem, trinta e seis mil e quinhentos dias, pulsando vida diuturnamente, terça-feira, 14 de março, meu pai completa um século de vida. Cem anos de uma existência intensa, laboral, modesta. Acima de tudo, um lutador, guerreiro que ao lado de Anna, minha saudosa mãe, proporcionou aos sete filhos educação e estudo. Um homem grandioso, porque comum, comum por ser único, humano como todos que traduzem sua vida como um simples mortal que em seu caso perpassa um século e é testemunha das grandes transformações da era contemporânea. É um vencedor porque acima de tudo é um homem como qualquer outro, homem de bem, com todas as nuances vividas por todo ser humano, com maior ou menor intensidade, mas sempre vividas. Ao longo de minha existência já ouvi demais de tantos amigos e conhecidos dele de sua labuta e retidão. Não soube, nem por ouvir dizer, de algo que o desabonasse em seus ofícios, que não foram poucos, visto contar que começou a trabalhar aos 14 anos, ou seja, em 1931. Vem de longe sua tenacidade e garra, assim como sua vontade de viver. Vaidoso esteticamente, inegavelmente e reconhecidamente um homem bonito de vibrantes olhos azuis. Quando se é pai mais de uma vez não se é único, porque cada um de nós tem o seu pai que se consolida com a específica convivência. Assim, seguramente, Zeca, Cesso, Toninho, Naná, Virgínia, Déa e eu nos damos com ele cada um a sua maneira. E com certeza a cada maneira parabenizamos, hoje e sempre, o nosso pai em seus honrados cem anos. Parabéns, Dioclécio Campos, por um século de história cheio de vida, com seus lemas: “Quem gosta de mim sou eu.” “O segredo da longevidade chama-se tomate.” (Dioclécio Campos)
Luiz Cláudio dos Reis Campos