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Ecce homo

Qual obra você crê ser a melhor que realizou? O que mais o realizou na sua execução?

Luiz Cláudio dos Reis Campos
lucrc@terra.com.br
Publicado em 05/06/2018 às 19:21Atualizado em 17/12/2022 às 10:19
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Qual obra você crê ser a melhor que realizou? O que mais o realizou na sua execução? O que buscava ao criá-la e no que ela resultou? Sendo a principal, avaliou que pudesse dar algum problema ou a idealizou despreocupado com o resultado? O que imaginou de tempo de sobrevida da obra e de sua fadiga? Calculou um prazo de validade ou deixou em aberto para que com o tempo a própria obra se incumba de sua preservação? Sente-se realizado, contemplado, com a edificação? Pensou em alterar alguma coisa depois de pronta ou ainda está observando ou não tem como mudar? Ainda detém total controle sobre seu funcionamento ou às vezes sente que lhe falta? Percebeu alguma evolução ou involução significativa que o entusiasme ou o desestimule? Qual a principal contrapartida essa obra vem dando com sua participação na interação com suas demais no tocante a transformar para melhor os que dela desfrutam e dos que a ela pertencem? Já pensou em danos futuros caso haja uma verdadeira independência de você? Quando a projetou não pensou em uma obra mais simples, mais harmônica, com um custo benefício mais compensador, ou era isso mesmo que pretendia? Os desacertos que porventura imaginou que ocorressem, considera normais ou não estavam mensurados na criação? Vislumbrou a possibilidade de que seus condutores pudessem torná-la indefensável em determinados momentos, cujas ações comprometeriam em muito seu nome? Creio que pensou em tudo e resolveu mesmo assim ousar e bancar sua principal obra, como algo que lhe conferisse existência, admiração e principalmente devoção. Isso você conseguiu, não sei se a duras penas, ou suavemente, porque admito ser bastante complexa e arduamente trabalhada. Entendo perfeitamente a relevância dessa obra no sentido de conferir-lhe credulidade. Sem ela, não saberíamos de você e suas tantas outras obras. Não vai aqui nenhuma insinuação de narcisismo de sua parte. Fez por merecer e merece por ter feito. O que resta mesmo perguntar é se está plenamente satisfeito com o que executou e se tem planos de requerer patente? Com que nome vai assumir a paternidade da obra? Em muitos lugares você tem um nome, em outros tantos tem outro. Para a maioria não restam dúvidas de que você é o idealizador e criador da obra que tanto lhe aclama e o ama. Claro que uma minoria, porém com direitos de se expressar, não acredita que é o criador. ”Assim caminha a humanidade.”

(*) Engenheiro

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