Vi com perplexidade e horrorizado a cena mostrada na TV em que soldados norte-americanos urinam em cinco afegãos mortos, estirados no chão. Uma imagem chocante e repugnante que revela ao mundo a barbárie daqueles que supostamente estão lá para assegurar a democratização e a cidadania nos moldes ocidentais, o “american way of life”. Tempos atrás, precisamente dia 12/06/2011, escrevi, neste espaço, artigo intitulado Heróis de Guerra. Trata-se entre outras coisas da presença de forças estrangeiras de ocupação, com especial ênfase aos soldados dos EUA. Transcrevo, a seguir, trechos do referido texto, por entender oportuno e relacionado ao episódio insano dessa profanação de corpos.
Por curiosidade fui ao Google informar-me a respeito da presença de soldados americanos no Afeganistão. Encontrei casos escabrosos. Estupro, mutilação e tortura em jovens e crianças. ...Um soldado representa, em outra nação, o seu país. Traz na veste a bandeira de sua pátria, por isto não age por si só. É preparado para defender os interesses que a ele são passados hierarquicamente. Desta forma, quando se constatam abusos, maus-tratos, sevícias por qualquer integrante da tropa, a responsabilidade deve ser compartilhada entre o autor e o seu país. ...Isto posto, na razão inversa dos “bons” resultados, os EUA também têm que chamar para si os crimes hediondos praticados por seus representantes em terras alheias.
Volto ao noticiado na TV dia 12/01/2012 e estabeleço relação direta com o que menciono acima. Poderia alegar-se que fora um ato insano de um combatente perturbado pelas atrocidades da guerra. No entanto, não era apenas um e sim vários soldados urinando como se estivessem diante do cocho coletivo de um toilette. A diferença é que o cocho era humano, indefeso e abatido mortalmente, talvez pelos próprios idiotas incontinentes que naquele momento vertiam urina na face da humanidade. Não é possível não indignar-se com isto. Infelizmente esta é uma cena isolada de tantas e tantas outras que ocorrem sem o conhecimento do resto do mundo.
Às vezes reflito sobre determinadas profecias do “fim dos tempos”. Não creio, mas fico matutando um pouco e me assusto com um pensamento que de vez em quando me ocorre. Será que há algo mais para experimentarmos por aqui? Será que o nosso ciclo na Terra já encerrou? O que estamos fazendo aqui? Quem sabe o mundo para nós já tenha acabado e ainda não fomos capazes de perceber, a exemplo de uma estrela distante milhões de anos-luz que se extingue e ainda continuamos por tempos e tempos a enxergar seu brilho no céu? Só que ela não mais existe. Claro que é apenas uma abstração, mas em pleno século XXI, início de 2012, presenciarmos o que a TV mostrou de soldados que estão no Afeganistão em nome da pátria amada, permite devaneios na contramão da ciência, justo agora que descobriram a evidência da “partícula de Deus” que pode desvendar o início dos tempos.
(*) Presidente do PSDB/Uberaba